China propõe cessar-fogo na Síria
A China propôs um cessar-fogo gradual a fim de evitar mais violência na Síria, num plano considerado ao mesmo tempo vago, mas também significativo de mudanças na postura diplomática do governo chinês na questão. É um dos principais pontos do texto, que aponta outras três metas, como a criação de um órgão de transição do governo.
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As principais críticas ao texto apresentado pelo Ministério das Relações Exteriores chinês nesta quinta-feira apontam uma falha em designar o papel do atual regime no projeto de transição.
Pequim, ao lado de Moscou, é vista como simpática ao regime do presidente Bashar Al-Assad. Os dois países, membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, já vetaram três projetos da ONU apoiados pelos governos ocidentais que condenavam a violência do governo Bashar al-Assad.
A mudança de postura em Pequim serviria para mostrar que os chineses não estão tomando partido no conflito sírio. E ocorre durante a visita do enviado de paz da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, à capital chinesa. O chanceler chinês, Yang Jiechi, afirmou que o mundo deve agir com a maior urgência para apoiar os esforços de mediação de Brahimi.
O porta-voz do Ministério, Hong Lei, diz que a proposta chinesa pretende fazer pressão "para que as partes envolivdas na Síria cheguem ao cessar-fogo e ao fim da violência, além de lançar um processo de transição política".
Este passo importante para mostrar a mudança de atitude da comunidade internacional diante do conflito foi dado um dia depois de os Estados Unidos declararem apoio ao surgimento de uma nova liderança entre a oposição a Bashar Al-Assad. O conflito se arrasta por mais de 20 meses e o número de mortos já teria superado os 30 mil.
Da correspondente da RFI em Pequim, Janaína Silveira
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