Estudantes espanhóis protestam contra austeridade

Milhares de estudantes saíram às ruas de Madri e outras dez cidades espanholas para protestar contra os cortes orçamentários que atingem a educação. Boa parte dos manifestantes vestia camisetas verdes - que acabaram virando símbolo do movimento - e trazia cartazes exigindo "uma escola pública de todos, para todos". Os gritos pediam que o "dinheiro do banqueiro" fosse direcionado à educação popular.

Estudantes protestam em Barcelona, nesta quarta-feira REUTERS/Gustau Nacarino

Determinado a aplicar um plano de rigor sem precedentes, o governo conservador de Mariano Rajoy pretende economizar 150 bilhões de euros entre 2012 e 2014. A educação sentiu a austeridade na pele: os gastos com o setor caíram em um bilhão de euros e, hoje, há 3 mil professores a menos do que havia no ano passado.

Os manifestantes alegam que o corte de professores desencadeia uma série de outros problemas: aumenta o número de alunos por sala, o que dificulta o aprendizado e impede atividades práticas como as experiências em laboratório. "Demitiram sete professores da minha escola neste ano", afirmou Sara Diaz, de 16 anos, que protestava em Madri. "No ano passado, foram 16". A estudante de jornalismo Laura Ruiz, de 21 anos, reclamou do aumento nas taxas de inscrição na Universidade. "No ano passado, a inscrição custava 700 euros. Neste ano, já está em 1,3 mil.

Em Barcelona, cerca de 3 mil jovens aderiram ao protesto, de acordo com a polícia. Em Valência, o movimento entrou no meio de uma greve estudantil de três dias que deve atingir seu ápice na quinta-feira, quando pais e professores prometem se juntar aos alunos.