Governo francês procura solução para aumento da criminalidade ligada ao tráfico de drogas
Os jornais de hoje dão destaque à reunião ministerial prevista na França, em que o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault vai discutir um plano global de combate à criminalidade em Marselha, no sul do país.
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A cidade está em pé de guerra devido ao tráfico de drogas e à economia subterrânea que tomou conta de conjuntos habitacionais em bairros carentes. Os tiroteios e homicídios provocados por acertos de contas entre traficantes se multiplicam levando medo à população.
O jornal Le Figaro diz que Marselha vive uma verdadeira "epidemia" de crimes ligados aos tráfico. O jornal relata que a maioria dos traficantes da cidade tem em média 20 anos e chegam a ganhar 2 mil euros, cerca de 5 mil reais por dia, de acordo com estimativa da própria polícia.
Os 3 mil policiais que patrulham a cidade são insuficientes, afirma o jornal, e mesmo se a polícia vasculha de duas a três vezes por dia os pontos de venda de drogas, ela não dá conta do volume gerado pelo negócio. Desde o início do ano, a polícia de Marselha já apreendeu uma tonelada de maconha na cidade, 192 fuzis kalashinikovs e 95 pistolas, diz Le Figaro.
O diário católico La Croix conta que os moradores dos conjuntos residenciais populares estão desamparados diante da violência. Eles reclamam que a polícia prende os delinquentes, mas acaba soltando no mesmo dia. Vinte pessoas morreram desde o início do ano em acertos de contas na região, informa o La Croix.
O governo francês estuda uma solução e a grande polêmica é se soldados do Exército devem participar da segurança nos bairros "quentes" da cidade.
La Croix publica dados sobre o consumo de drogas na França: 1,2 milhão de franceses consomem regularmente a maconha, sendo 550 mil diariamente. Em 2011, 41,5% dos jovens de 17 anos já tinham consumido a droga. Em 2010, a polícia francesa apreendeu 57 toneladas da erva.
A cocaína está cada vez mais acessível. Cerca de 1,5 milhão de franceses admitem ter experimentado a droga. O consumo de ecstasy está em declínio, mas 1,1 milhão de franceses já tomaram a pastilha. Quanto à heroína, o consumo tem aumentado significativamente.
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