Governo Hollande enfrenta pressão para agir contra a crise

A primeira reunião ministerial do governo francês depois do recesso de duas semanas inspira as manchetes desta quarta-feira. O jornal progressista Libération alerta o governo socialista sobre o agravamento da crise econômica na França, com a perspectiva de uma redução do crescimento, segundo novas avaliações. O presidente François Hollande é convocado a agir com mais agressividade no plano econômico, já que uma catástrofe está anunciada em relação ao emprego e ao poder de compra dos franceses, que verão dias ainda piores.

O presidente francês François Hollande (e) e o Ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, logo após a primeira reunião do governo depois das férias de verão em Paris, nesta quarta-feira. REUTERS/Jacky Naegelen

Le Figaro, jornal conservador, diz que Hollande enfrenta uma situação de urgência e "tenta dar um pouco mais de visibilidade a suas ações", já que vem sendo criticado pela falta de dinamismo.

O diário econômico Les Echos relata uma das respostas em estudo no governo para combater o desemprego que não para de crescer no país. O projeto de lei para estimular a contratação de jovens da faixa etária de 16 a 25 anos, destinado prioritariamente ao setor público - municípios e associações de bairro. Essas contratações receberão até 75% de subsídios do governo. Este tipo de contrato também será aberto à iniciativa provada, mas sob algumas condições a serem publicadas em decreto.

Air France decide expatriar pilotos para enfrentar a crise

O jornal Le Parisien revela que a Air France encontrou um método surpreendente para diminuir o número de funcionários que oneram a folha de pagamento da empresa. Pilotos da Air France estão recebendo propostas para se expatriar na China e na Indonésia, onde poderiam trabalhar em filiais da Air France e companhias locais que necessitam de pilotos qualificados e pediram ajuda à companhia francesa.

A Air France enfrenta um amplo processo de reestruturação que visa suprimir 5 mil postos de trabalho, entre eles 450 postos de piloto, mas a empresa tenta enxugar os custos sem realizar demissões.

Segundo o Le Parisien, não é a primeira vez que uma companhia francesa decide expatriar pilotos para reduzir custos. Isso já aconteceu no passado com a Air Mediterranée, uma companhia low-cost que em 2011 transferiu uma parte de sua frota e de seus pilotos para a Grécia.