Premiê turco ameaça revidar caso Síria viole seu território

A crise diplomática entre Turquia e Síria se intensificou durante a reunião dos 28 membros da OTAN, realizada nessa terça-feira em Bruxelas a pedido de Ancara. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou que seu país vai revidar qualquer violação de sua fronteira por parte do regime de Bashar al-Assad. Para Erdogan, o fato de a Síria ter abatido um caça turco sem aviso prévio na última sexta-feira mudou as regras para o uso de força militar.

O primeiro ministro turco, Recep Tayyip Erdogan REUTERS/Umit Bektas

Agora, qualquer elemento militar sírio que representar risco à fronteira da Turquia será considerado um alvo. "Este último movimento", declarou o mandatário turco, "mostra que o regime al-Assad se tornou uma ameaça aberta e próxima, não só para a Turquia, mas para seu próprio povo".

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Letícia Fonseca, correspondente da RFI em Bruxelas

O chefe do governo turno prometeu apoio incondicional ao povo sírio, até que o governo seja derrubado. "A amizade da Turquia é preciosa, mas nossa ira é feroz", disse Erdogan, em tom de ameaça. 

A ideia da diplomacia turca ao convocar a reunião de emergência era obter respaldo internacional para qualquer resposta que possa dar à Síria. E esse respaldo já foi conseguido: o secretário geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen expressou a solidariedade da organização a Ancara e avisou que a Aliança fará deliberações em caso de novos ataques. Até agora, no entanto, não foi cogitado o uso do artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, que dispõe sobre a autorização para o uso de forças armadas.