Alta do salário mínimo é criticada na imprensa
A expectativa para um reajuste do salário mínimo a ser anunciado nesta terça-feira pelo governo francês domina as principais manchetes da imprensa no país. Entre estimativas e análises, os jornais afirmam que o aumento previsto de 2% do SMIC, como é conhecido o salário mínimo na França, é fonte de muita controvérsia sobre o real impacto para os trabalhadores e a economia do país.
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O aumento que o presidente François Hollande vai anunciar está longe de ser uma unanimidade e até a esquerda julga a medida ineficaz, afirma o Libération em sua manchete. O governo tenta manter um equilíbrio frágil na opinião do jornal: aumentar o poder aquisitivo do trabalhador sem arruinar o caixa das pequenas e médias empresas em tempos de crise. Em editorial, o Libé diz que o atual debate sobre o salário mínimo revela a pobreza do diálogo social na França.
O católico La Croix diz que a alta do salário mínimo no país é uma equação sem solução e cita pesquisas apontando que repercute em cerca de um trabalhor em cada 10. Citando o exemplo de funcionária de limpeza de 48 anos que ganha o Smic de 1.100 euros por mês, o equivalente a 2.830 reais, o jornal calcula que o aumento será pouco acima de 50 reais.
O L'Humanité defende um salário mínimo de 1.700 euros no país e diz que esse valor é possível se as empresas decidissem valorizar mais o trabalhador e menos o capital. A ameaça dos patrões de que uma alta significativa possa provocar desemprego é um exagero, na opinião do jornal comunista.
Já o econômicos Les Echos informa que as despesas do governo francês serão congeladas durante três anos. Em reunião ontem com seu gabinete o primeiro-ministro Jean Marc-Ayrault deixar uma mensagem clara: a economia não virá apenas do aumento de impostos mas também do aperto nos gastos de todos os ministérios a partir do orçamento de 2013 e nos anos seguintes.
O Le Figaro destaca que em breve as novas regras da Comissão Europeia vão permitir que Bruxelas vigie com lupa os orçamentos de cada país da zona do euro, entre eles a França. Impostos, despesas, efetivo do funcionalismo... tudo poderá ser analisado pelo bloco que poderá alertar para eventuais excessos. O projeto, que muitos admitem ser bastante invasivo, marca um avanço para um federalismo na Europa, escreve o Le Figaro.
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