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Grã-Bretanha/Wikileaks

Assange pode ser preso após se refugiar na embaixada do Equador

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que refugiado desde terça-feira na embaixada do Equador em Londres para escapar de sua extradição para a Suécia, é  “passível de detenção” por ter desrespeitado as condições de sua liberdade condicional, informou a Scotland Yard nesta quarta-feira.

Fachada da Embaixada do Equador onde Julian Assange se encontra refugiado deste terça-feira, 19 de junho de 2012.
Fachada da Embaixada do Equador onde Julian Assange se encontra refugiado deste terça-feira, 19 de junho de 2012. REUTERS/Paul Hackett
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No final de 2010, a Corte Suprema concedeu liberdade condicional, mas submetida a algumas regras, explicou o porta-voz da polícia à agência de notícias AFP. Uma das regras estipuladas para a sua liberdade condicional estipulava que ele deveria ficar em um endereço determinado, entre 22 horas e 8 horas.

Por volta das 22 horas da última terça-feira, a polícia foi informada de que Assange tinha violado as condições de sua liberdade condicional, e por isso ele era passível de detenção. Um policial foi visto deixando a embaixada da Equador em Londres, durante a noite desta terça-feira. Em Quito, o governo do Equador confirmou na terça-feira estar analisando o caso.

“O governo do Equador está avaliando o pedido de Julian Assange e qualquer decisão que seja adotada sobre o caso respeitará as normas e princípios do direito internacional, assim como a política tradicional do Equador em relação aos Direitos Humanos. A chancelaria está comunicando o caso à chancelaria inglesa através de nossa embaixada em Londres”, explicou o ministro equatoriano das Relações Exteriores, Ricardo Patiño.

Julian Assange, fundador do site que divulgou informações diplomáticas consideradas confidenciais de vários governos, se refugiou na embaixada do Equador na terça-feira e pediu asilo político ao país. Em uma carta enviada ao presidente Rafael Correa, Assange explica que pede proteção do governo equatoriano por ser vítima de perseguição em vários países, não apenas por suas ideias e trabalho, mas principalmente por denunciar casos de corrupção e crimes contra os Direitos Humanos.

Assange se sente abandonado e sem condições de voltar à Austrália, seu país natal. A escolha pelo Equador não foi por acaso. Antes de renunciar ao cargo, o ex-vice-chanceler Kintto Lucas evocou a possibilidade de conceder asilo político a Assange, em 2010. A proposta foi rapidamente criticada pelo presidente Correa que desautorizou seu funcionário alegando que se tratava de uma opinião pessoal.

A revelação de documentos secretos pelo site WikiLeakes fez o governo do Equador expulsar a embaixadora norte-americana no país, Heather Hodge. Ela se recusou a pedir desculpas diante de acusações de corrupção envolvendo uma autoridade policial citadas em documentos que foram publicados.

Extradição

Depois de esgotar todos os recursos jurídicos na Grã-Bretanha, Assange busca pelo viés político evitar sua extradição para a Suécia, onde é acusado por duas mulheres de abuso sexual. Ele nega as acusações.

Julian Assange diz ser vítima de um complô dos Estados Unidos, país que ficou profundamente irritado ao ver exposto milhares de documentos oficiais da diplomacia do país. O australiano teme que a Suécia o extradite mais tarde para os Estados Unidos, onde poderá pegar a pena de morte por acusação de espionagem.
 

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