Continuam os conflitos violentos entre budistas e muçulmanos no Estado Rakhine, a oeste de Mianmar, antiga Birmânia. Nesta quarta-feira, um alto representante da ONU desembarcou na região para tentar apaziguar a crise inter-religiosa, dois dias depois da instituição ter retirado seus funcionários, por motivo de segurança; o exemplo foi seguidos por diversas ONGs que operam no local. Segundo números oficiais, desde a última sexta-feira, oito pessoas morreram e 23 ficaram feridas, porém, a extensão da violência pode ser ainda maior e cerca de 500 casas já foram incendiadas e destruídas.A causa inicial do conflito teria sido um estupro praticado por muçulmanos em uma mulher budista. Em retaliação, dez muçulmanos foram linchados por uma multidão de budistas na última semana. O correspondente em Pequim, Luiz Tasso Netto, explica que a partir deste massacre o caso virou uma bola de neve. Os dois grupos começaram a se atacar e a violência se instalou. Vale lembrar que o Estado Rakhine abriga a minoria étnica budista do mesmo nome, que neste local representa 89% da população. Já os muçulmanos são oficialmente 4%. Entre esses, cerca de 800 mil são Rohingyas, considerados pela ONU como uma das minorias apátridas mais perseguidas do mundo.
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