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Imprensa francesa

Posse de Hollande foi marcada por ruptura com estilo de Sarkozy

A mudança de estilo e de orientação política que representou a posse do novo presidente francês, François Hollande, foi amplamente abordada nas manchetes dos principais jornais que circulam nesta quarta-feira. Ilustrada com fotos dos momentos mais simbólicos, a imprensa dedicou várias páginas à cobertura do evento que abriu um novo capítulo na história da França.

François Hollande recebe o colar da Legião de Honra do general Jean-Louis Georgelin, durante a cerimônia de posse que ocorreu nesta terça-feira.
François Hollande recebe o colar da Legião de Honra do general Jean-Louis Georgelin, durante a cerimônia de posse que ocorreu nesta terça-feira. Reuters / Charles Platiau
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A Ruptura, foi o título escolhido pelo Libération sobre uma foto de François Hollande caminhando sozinho no tapete vermelho para sua primeira entrada no Palácio do Eliseu. A agenda do primeiro dia como presidente foi pensada nos mínimos detalhes para que Hollande pudesse marcar, desde o início, sua diferença de estilo com Sarkozy, avalia o jornal.

Em seus quatro discursos durante o dia, Hollande fez um crítica feroz ao seu antecessor e nem sequer quis acompanhar a saída de Sarkozy do Palácio do Eliseu, observou o jornal. Ao dizer que a França precisa ser apaziguada e seu mandato será marcado pela dignidade e simplicidade, Hollande não poupou Sarkozy, afirma o Libération, que considerou a transmissão do poder "rude".

O conservador Le Figaro considera que Hollande deixou claro que vai exercer uma presidência de esquerda. Prova disso foi a presença na cermônia de posse de grandes nomes do partido, tanto do presente como do passado. Até as centrais sindicais e diversas associações estavam presentes no Eliseu, escreveu o jornal em tom de ironia para mostrar que ninguém da esquerda faltou à festa.

O tratamento reservado a seu antecessor ontem mostrou que a entrada de Hollande no Eliseu foi marcada por um antisarkozismo, assim como na campanha eleitoral. Le Figaro afirma que o entusiasmo compreensível da festa de ontem não pode durar e alertou Hollande para o risco dele rejeitar tudo o que não vier de sua família política.

O Les Echos dedicou sua manchete principal ao novo-primeiro ministro, Jean-Marc Ayrault, um homem que representa a tranquilidade na chefia de governo, de acordo com a manchete do diário econômico. Trabalhor e consensual, foram dois adjetivos escolhidos pelo Les Echos ao traçar um perfil de Ayrault, um homem de plena confiança de Hollande. Mas o novo governo assume em um contexto econômico difícil como demonstrou, ontem, o magro índice de crescimento de 0,1% no primeiro trimestre, mesma margem de criação de empregos no período, o que não deixa esperanças de tão cedo se inverter a tendência no mercado de trabalho.

Tanto Hollande quanto Jean-Marc Ayrault mantêm até o último minuto o suspense da composição do gabinete, afirma o jornal Aujourd'hui en France, que traz uma lista de nomes considerados favoritos para assumir os ministérios. A escolha é delicada porque será preciso dosar vários aspectos, ressalta o jornal, entre eles, paridade de homens e mulheres, experiência, fidelidade e também renovação.

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