Jean-Marc Ayrault assume como primeiro-ministro da França

Jean-Marc Ayrault, 62 anos, é oficialmente o primeiro-ministro da França. Ele recebeu o cargo das mãos do seu antecessor, François Fillon, numa cerimônia hoje de manhã no Palácio Matignon. No final da tarde, o novo premiê francês irá anunciar a formação do governo que não deve contar com a primeira secretária do Partido Socialista, Martine Aubry. A nomeação do deputado socialista, que iniciou sua carreira como professor de alemão, não foi surpresa.

François Fillon (e), antigo primeiro-ministro da França, passa o cargo para o novo premiê, Jean-Marc Ayrault (d), nesta quarta-feira, no Palácio Matignon, em Paris. REUTERS/Benoit Tessier

O primeiro anúncio de Jean-Marc Ayrault foi a data do Conselho de Ministros que se reunirá nesta quinta-feira, feriado da Ascensão na França. “O essencial é começarmos a trabalhar rapidamente e, por isso, o conselho vai se reunir amanhã”, disse Ayrault. Os nomes dos ministros serão revelados no final do dia. O presidente François Hollande prometeu um governo com paridade entre homens e mulheres, mas o desafio é acomodar os caciques do Partido Socialista e, ao mesmo, também imprimir uma imagem de renovação de gerações.

A imprensa francesa aposta que o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius é um dos nomes mais cogitados para assumir o ministério da Defesa e Pierre Moscovici, próximo de Dominique Strauss-Khan, o das Relações Exteriores. No ministério da Economia, a expectativa é a nomeação de Michel Sapin, aliado de longa data de Hollande. Manuel Valls, um dos representantes da ala mais jovem do Partido Socialista, é dado como certo para ser o novo ministro do Interior.

A secretária-geral do PS, Martine Aubry, ficou de fora do governo. Em declaração à rádio BFM nesta manhã, ela afirmou que François Hollande preferiu Ayrault para o cargo de primeiro-ministro, uma escolha que ela disse compreender e respeitar.

A nomeação de Jean-Marc Ayrault, 62 anos, não foi surpresa. Ex-prefeito de Nantes, no oeste da França, ele foi durante 15 anos o líder dos socialistas no Parlamento francês onde estreitou sua proximidade com François Hollande. Para Hollande, o papel do premiê será crucial. Ao longo da campanha, ele insistiu que não queria ser onipresente no governo. “Não decidirei sobre tudo”, reiterou o presidente francês no seu discurso de posse.

Nas suas primeiras declarações após assumir o cargo, Ayrault afirmou que sentia uma grande “emoção e orgulho” com a confiança depositada pelo presidente. Quanto a François Fillon, o ex-premiê de Nicolas Sarkozy vai se dedicar à sua campanha para as eleições legislativas em junho.