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Impasse grego

Imersa na crise política, Grécia caminha para novas eleições

Começa a minguar a esperança de que a Grécia consiga formar um governo de coalizão e evitar novas eleições legislativas. Após uma semana de negociações, envolvendo os sete partidos que elegeram deputados para o Parlamento, o país continua imerso no impasse político. Se até quinta-feira não surgir "um consenso nacional", o presidente Carolos Papoulias proclamará novas eleições. De acordo com a Constituição, elas devem acontecer depois de um mês. No fim da tarde desta segunda-feira, ele se reúne novamente com os líderes dos três principais partidos. Este encontro tem sido visto como a última esperança.

O presidente Carolos Papoulias reunido com os líderes dos principais partidos gregos no domingo, 13 de maio
O presidente Carolos Papoulias reunido com os líderes dos principais partidos gregos no domingo, 13 de maio REUTERS
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O pequeno partido da Esquerda Democrática, maior esperança dos socialistas nas negociações, voltou a declarar hoje que não será possível formar um governo de coalizão na Grécia. A esquerda recusa as medidas de austeridade defendidas pelos conservadores e os socialistas. Uma sondagem revela que num novo pleito, o partido radical de esquerda poderia ser o primeiro colocado. Uma má notícia para o FMI e a União Europeia que temem que, com esse resultado, as medidas de austeridade sejam enterradas de vez.

Uma pesquisa do jornal grego To Vima mostra que a grande maioria dos gregos rejeita as medidas de austeridade, mas não deseja abandonar o euro. Para 78,1% dos entrevistados, o próximo governo deve fazer o possível para manter o país com a moeda única europeia. Mas, na Alemanha, a possível saída da Grécia é cada vez mais cogitada. Depois que dois ministros, das finanças e do interior, declararam que a Zona do Euro sobreviveria sem o país, a revista alemã Der Spiegel defendeu a exclusão em editorial. Para a revista, o assunto não é mais tabu e pode ser a única solução para a crise do país.

Fracassos do fim de semana
Neste domingo, o presidente grego, Carolos Papoulias, e os líderes dos principais partidos discutiram por 90 minutos a formação de um novo governo. Antes da reunião na manhã de domingo, a Nova Democracia, o Pasok e o Dimar declararam-se pró-europeus e sugeriram a formação de um governo temporário de dois anos, que renegociaria as medidas de rigor impostas em 2010 pela União Europeia e pelo FMI. Ao final do encontro, porém, não houve qualquer resultado concreto.

O líder do partido socialista, Evangelos Venizelos, disse que há um "otimismo limitado" e existe uma leve esperança de acordo com um pequeno partido de esquerda pró-europeu. Já líder do conservador Nova Democracia, Antonis Samaras, disse que não foi possível dialogar com o partido da esquerda radical que recusa as medidas de austeridade. Alexis Tsipras, da coalizão de extrema esquerda Syriza, voltou a afirmar nesta segunda-feira que não acredita na formação de um governo de coalizão e não pretende aplicar o pacote de austeridade, que ele chamou de "criminoso". O Syriza encabeça as pesquisas de opinão para eventuais novas eleições legislativas.

Mas, se o próximo governo rejeitar o pacote de austeridade, autoridades europeias dizem que será o fim dos empréstimos para a Grécia. Sem os recursos, o país corre mais uma vez o risco de ter que decretar moratória.

 

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