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Espanha/Crise

Indignados espanhóis voltam às ruas e convocam protesto global

A luta dos “indignados” na Espanha completa um ano e ganha um novo fôlego. Os manifestantes prometem ocupar por quatro dias a partir de hoje a Porta do Sol, praça simbólica em Madri que viu nascer o movimento. A luta contra a corrupção, a crise e os planos de austeridade continuam no topo das reivindicações do grupo. Os protestos também devem ser repetidos em várias cidades ao redor do mundo neste sábado.

O acampamento dos "indignados" na praça da Porta do Sol em Madri.
O acampamento dos "indignados" na praça da Porta do Sol em Madri. RFI/Béatrice Leveillé
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Neste sábado à noite, pessoas vindas dos quatro cantos da capital espanhola pretendem se encontrar na Porta do Sol para comemorar o primeiro aniversário do movimento dos "indignados". Criado no dia 15 de maio do ano passado em um acampamento improvisado no coração de Madri, o movimento inspirou manifestações ao redor do mundo, mas as tendas foram desmontadas pela polícia espanhola um mês depois da sua instalação.

Neste ano, a prefeitura de Madri autorizou manifestações pontuais durante os próximos quatro dias, mas, às 22 horas, as pessoas têm que abandonar a praça, pois os acampamentos continuam proibidos. Foram estabelecidos “limites e horários fixos. Para além disso, os protestos não estão autorizados”, declarou a porta-voz do governo Soraya Saenz de Santamaria.

Um ano depois, os manifestantes continuam a ter muitas razões para protestar. A Espanha está mergulhada em uma grave crise econômica com uma taxa de desemprego que beira 25% e atinge, sobretudo, os mais jovens. Apesar do forte apelo social, o movimento foi sendo enfraquecido ao longo dos últimos meses. Para o professor de sociologia da Universidade de Alicante, Antonio Alaminos os manifestantes não conseguiram “estruturar esse descontentamento” e não conseguiram apresentar uma idelogia concreta de oposição ao modelo atual.

O sociólogo Fermin Bouza também partilha essa opinião e argumenta que há duas correntes principais entre os indgnados: os pragmáticos e os utópicos. Mas nenhum dos dois lados consegue dar uma unidade ao movimento. “Como não formaram um partido político, eles não impuseram limites aos seus sonhos e isso é uma faca de dois gumes », conclui.

Após um ano de luta, os manifestantes da Porta do Sol, podem, pelo menos, festejar o sucesso das operações de bloqueio de expulsões de famílias que não conseguem mais pagar seus imóveis. Sob a pressão dos militantes, várias expulsões foram anuladas ou adiadas.

 

 

 

 

 

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