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Mali/Crise

Militares afirmam ter evitado um contra-golpe de Estado no Mali

A junta militar que havia tomado o poder no Mali no final de março afirmou nesta manhã que "controla a situação" na capital Bamako e nos seus arredores após várias horas de combates com as forças leais ao ex-presidente Amadou Toumani Touré, deposto do dia 22 de março e que se encontra refugiado no Senegal. As informações são contraditórias sobre o controle da rádio e televisão estatal.   

A sede da raádio e televisão pública de Bamako, que estaria sob controle dos militares fiéis aos ex-presidente  Amadou Toumani Touré, em 30 de abril de 2012.
A sede da raádio e televisão pública de Bamako, que estaria sob controle dos militares fiéis aos ex-presidente Amadou Toumani Touré, em 30 de abril de 2012. Reuters/Malin Palm
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Um representante da junta, que já deixou o poder mas continua onipresente na capital, apareceu na rádio e televisão estatal durante a madrugada para tranquilizar a população, afirmando que a cidade já tinha voltado a ser segura após ataques que visavam, segundo ele, "a desestabilizar o processo de retorno à ordem constitucional".

Os ataques aconteceram em locais estartégicos da capital, como o aeroporto, a sede da rádio de televisão do Mali (ORTM) e a caserna de Kati, o QG da ex-junta.

Segundo as agências de notícias, a situação ainda é extremamente confusa em Bamako. A violência começou quando os soldados leais ao ex-presidente, conhecidos como “bonés vermelhos” se opuseram à prisão pela junta de Abidine Guindo, ex-chefe de Estado maior de Amadou Toumani Touré.

Na manhã desta terça-feira, tiros ainda eram ouvidos no campo dos chamados “ bonés vermelhos”, localizados no centro da capital.

Um, militar falando em nome do capitão Amadou Haya Sanogo, chefe da junta, apareceu na emissora estatal para denunciar “forças obscuras” na origem dos ataques e afirmou que as forças do Conselho Nacional para a Restauração da Democracia e do Estado tinham restabelecido a segurança em três locais estratégicos visados.

“Nós controlamos a situação. Há mortos mas não podemos dizer ainda quantos”, declarou à agência AFP um oficial da junta militar.

Um soldado da junta afirmou ter visto  "pelo menos 9 mortos entre Kati e Bamako”, acrescentando que “bonés vermelhos foram detidos”, sem dar números exatos.

Blindados estavam posicionados na terça-feira diante da Rádio e televisão estatais e no aeroporto e homens da junto controlavam todos os veículos à procura dos “bonés vermelhos”.

Duas semanas depois de ter deposto Amadou Toumani Touré, a junta militar assinou no dia 6 de abril com a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) um acordo no qual aceitava devolver o poder aos civis para instaurar um governo de transição, dirigido pelo presidente provisório, Dioncounda Traoré, un primeiro-ministro, Cheick Modibo Diarra, e um governo de « uniéao nacional”.

Mas os homens da ex-junta se comportam como os verdadeiros dirigentes do país, promovendo diversas detenções entre políticos e militares próximos do ex-presidente.

 

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