Apesar da trégua do governo sírio, Homs volta a ser bombardeada

A cidade de Homs voltou a ser bombardeada nessa segunda-feira, apesar do cessar-fogo anunciado pelo governo do presidente sírio Bachar al-Assad na semana passada. Os ataques acontecem no mesmo momento em que os primeiros observadores internacionais, enviados pelas Nações Unidas, desembarcam no país para avaliar a trégua nos combates. 

A cidade de Homs volta a sofrer bombardeios pouco depois do cessar-fogo. REUTERS/Shaam News Network/Handout

Apesar do anúncio de trégua dos combates na Síria, pelo menos três pessoas morreram em violentos confrontos entre as forças do governo e rebeldes na região de Homs nessa segunda-feira. Segundo o Observatório sírio dos Direitos Humanos, os novos bombardeios atingiram os bairros de Khaldiye e Bayada. Os ataques ocorrem menos de uma semana após o cessar-fogo anunciado pelo governo sírio e no mesmo dia em que os seis primeiros observadores internacionais iniciaram uma inspeção para avaliar a trégua no país.

Ainda de acordo com o observatório, 55 pessoas foram mortas na Síria desde quinta-feira passada, dia do anúncio do cessar-fogo. Os últimos números divulgados pela organização baseada no Reino Unido afirmam que 11.117 pessoas já morreram desde início da crise síria, há pouco mais de um ano. O presidente da ONG, Rame Abdel Rahmane, diz ter a lista com o nome de todas as vítimas para provar essa afirmação. Segundo ele, 100 mil pessoas também foram presas desde que os confrontos começaram em 2011.

Do lado das Nações Unidas, o secretário-geral da instituição, Ban Ki-moon, estima que o cessar-fogo ainda é “muito frágil”. Ele lembrou a importância de que todas as partes, principalmente o regime sírio, respeitem as condições do acordo de paz, do qual a trégua era apenas uma das etapas.

Missão de observadores

A primeira missão de observadores das Nações Unidas desde o início da trégua começou oficialmente nessa segunda-feira. Os seis enviados especiais da ONU desembarcaram em Damasco na noite de domingo. Questionado sobre o fim da violência no país, o coronel marroquino Ahmed Himmiche, que dirige o grupo, disse que “todos os capacetes-azuis estão otimistas”. Outros 25 membros da comitiva internacional devem desembarcar na Síria nos próximos dias, antes da chegada dos 250 observadores previstos pelas Nações Unidas.