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França/Eleições

Sarkozy é “cínico” e sua campanha “repugnante”, dizem jornais americanos

O jornal The New York Times condena a estratégia do presidente Nicolas Sarkozy de atrair eleitores da extrema-direita e afirma que a campanha do presidente francês para a reeleição se tornou “desesperada e repugnante”. As críticas são publicadas um dia após outro jornal americano, o Wall Street Journal, qualificar em um editorial o chefe de estado francês de "Sarkozy Le Pen", em referência ao líder histórico da extrema-direita francesa.

Nicolas Sarkozy  durante comício em Marselha, no sul da França, em 19 de fevereiro de 2012.
Nicolas Sarkozy durante comício em Marselha, no sul da França, em 19 de fevereiro de 2012. Reuters/Jean-Paul Pelissier
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“A campanha do presidente Nicolas Sarkozy para sua reeleição se tornou ligeiramente desesperada e mais que ligeiramente repugnante”, escreve o diário nova-iorquino em seu editorial.

Para o jornal, o presidente-candidato Sarkozy tenta diminuir sua diferença para o rival socialista François Hollande “atacando os imigrantes estrangeiros, as importações estrangeiras e até mesmo a alimentação dos muçulmanos franceses”.

“Sarkozy acredita que talvez seja uma boa tática política ceder às exigências do racismo e da xenofobia”, afirma o jornal.

O The New York Times lamenta que o novo "tom violento" da campanha já se traduziu em uma reação positiva de Sarkozy nas pesquisas porque "quem perde é a sociedade francesa".

"A França passa por um momento difícil, mas Sarkozy poderia fazer uma campanha mais digna”, escreve o diário sustentando que o presidente tem a seu favor o sucesso de sua política interna, em referência à reforma do sistema de aposentadoria, e de sua política externa, com a boa sucedida operação na Líbia.

“Seu principal adversário tem idéias vagas e propostas econômicas totalmente irrealistas”, julga o The New York Times sobre as propostas de François Hollande. Apesar disso, o jornal acusa Sarkozy de ter preferido jogar “baixo”.

Em relação à polêmica sobre a carne halal, consumida pelos muçulmanos de acordo com o ritual da religião islâmica, o jornal afirma que depois de criticar o tema evocado primeiramente pela candidata da extrema-direita Marine Le Pen, Sarkozy acabou se apropriando do assunto para atrair votos. “É cruel e destrutivo submeter a religião ao ridículo”, escreveu o The New York Times.

O jornal conclui que de maneira “lamentável", Sarkozy não tem o menor problema de ser superficial e cruel só para conquistar eleitores do partido extremista Frente Nacional.

Cinismo

Na terça-feira, o Wall Street Journal já tinha denunciado a disposição do presidente francês de endurer o tratado de Schengen, que garante a livre circulação de pessoas em 27 países europeus, para proteger a Europa e a França do fluxo de imigrantes clandestinos. A ameaça do presidente de suspender a participação da França no acordo foi qualificada pelo jornal de “retórica anti-imigração perfeitamente cínica”.

 


 

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