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Copa/Brasil

Para especialista, falta discutir estratégias urbanas para a Copa

Como lidar com o aumento pontual da população de cerca de 10% a 15% que um evento como um jogo da Copa do Mundo pode provocar em um centro urbano? Para o prof. Dr. Orlando Fontes Lima Jr, da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, essa é uma das questões mais importantes e por enquanto mais negligenciadas da preparação do Mundial no Brasil.

Logotipo da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014.
Logotipo da Copa do Mundo de Futebol no Brasil, em 2014.
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"O aumento da circulação em torno dos estádios vai ter um impacto muito sério nas cidades, pois são pontos que geram e atraem multidões”, diz Fontes Lima. "As operações urbanas relacionadas à Copa do Mundo não estão recebendo a devida atenção”, alerta o especialista. Ele cita como exemplo prático a crise de abastecimento de combustível na Grande São Paulo nos últimos dias. Para ele, é preciso estudar a possibilidade de uma crise desse tipo durante eventos que mobilizam grandes multidões.

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“O Brasil tem dificuldade de cumprir prazos e falta discutir o impacto que a circulação em torno dos estádios vai trazer para as operações urbanas”

Ele divide a infraestrutura em três tipos: um relacionado à mobilidade (de pessoas, transportes, acessibilidade aos locais), outro em relação aos serviços, ou seja, aos jogos em si, e ainda o aspecto da hospitalidade, que envolve questões hoteleiras e ofertas turísticas. O olhar da FIFA, segundo Fontes Lima, está concentrado na organização das partidas e não tão focado nas áreas de transportes ou hospitalidade.

 Em relação ao problema dos aeroportos, o professor da Unicamp lembra que o Brasil tem 26 aeroportos internacionais, a maioria subutilizados. A adoção de aeroportos do Nordeste como bases poderia desafogar o fluxo dos principais aeroportos do país, além de favorecer o setor turístico.

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“O Brasil tem 26 aeroportos internacionais e a maioria é subutilizada – uma solução seria usar aeroportos do Nordeste, por exemplo, com ganhos para o turismo”

Comparando as últimas duas Copas – na Alemanha e na África do Sul - com as perspectivas brasileiras, Fontes Lima aponta que as diferenças culturais também têm seu papel na organização dos eventos. Os alemães, por exemplo, planejaram o mundial com bastante antecedência. Já os sul-africanos tinham problemas com a infraestrutura básica, inclusive na telecomunicação. O Brasil, no entanto, peca pela dificuldade em cumprir prazos, o que exaspera a FIFA.

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“Na Alemanha, tudo foi planejado antecipadamente. A África do Sul teve muitas carências supridas pela Europa", diz o Prof. Dr. Orlando Fontes Lima Jr, da Faculdade de Engenharia Civil da Unicamp.

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