Acessar o conteúdo principal

Imprensa vê poucos resultados concretos nas medidas anunciadas por Sarkozy

Os jornais franceses desta terça-feira, 31 de janeiro, dão amplo destaque às medidas anunciadas pelo presidente Nicolas Sarkozy em sua longa entrevista de domingo na televisão. A imprensa analisa se as propostas de combate à crise programadas para entrar em vigor no segundo semestre, após as eleições presidenciais de abril e maio, poderão de fato trazer resultados concretos. 

Capa dos principais jornais franceses
Capa dos principais jornais franceses A. de Freitas
Publicidade

O diário católico La Croix afirma que os empresários franceses ficaram satisfeitos com a decisão do governo de aumentar o imposto sobre o consumo em troca de uma redução dos encargos patronais cobrados sobre os salários. Ao mesmo tempo, como a medida só vai entrar em vigor no último trimestre de 2012, o patronato tem dúvidas se o dinheiro economizado com os encargos poderá ser redirecionado para investimentos. Com a recessão prevista no primeiro semestre, a margem de manobra das empresas ficará consideravelmente reduzida. 

Les Echos, diário especializado em economia, destaca em manchete as medidas de estimulo à construçao civil anunciadas pelo presidente francês. Autorizando os empreendedores imobiliários e proprietários a aumentar a área construída em 30% durante os próximos três anos, o governo espera estimular a construção de 130 mil novas moradias até 2015.

Em editorial, Les Echos afirma que já era tempo de fazer alguma coisa nesse setor. Nos últimos 15 anos, os preços dos imóveis aumentaram 165% e o déficit habitacional atingiu um tal ponto que faltam 1 milhão de moradias na França. O jornal considera, no entanto, que nem as propostas de Sarkozy nem o programa habitacional de seu adversário, François Hollande, resolvem os problemas crônicos do setor.

Les Echos critica o excesso de regulamentação no setor habitacional que pode fazer um alvará de construção levar quatro anos para ser outorgado. A ideia de aumentar em 30% a área construída é interessante num primeiro momento. Mas o próprio Sarkozy tornou a medida inaplicável ao deixar para os prefeitos analisar os projetos caso a caso.

O jornal progressista Libération expõe aos leitores as contradições de Sarkozy na campanha de 2007 e na atual. Cinco anos atrás, ele falava aos franceses para trabalharem mais para ganhar mais, tendo instaurado inclusive um programa de horas extras remuneradas além das 35 horas semanais previstas na legislação. Com a proposta lançada no domingo de deixar as empresas recorrer ao desemprego parcial, baixando os salários para evitar demissões, Sarkozy propõe aos franceses trabalhar menos para ganhar menos, se insurge o Libération.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.