Crime sexual faz a França discutir tratamento para menores reincidentes
Em meio à comoção provocada pelo assassinato de uma adolescente de 13 anos, vítima de um jovem de 17 anos que já tinha antecedentes criminais por agressão sexual, os jornais desta terça-feira dedicam suas manchetes à pergunta que o país inteiro se faz: que tratamento deve ser dado aos menores infratores reincidentes?
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Ao lado de uma foto da jovem Agnès, o Aujourd'hui en France escreve que a morte dela relançou no país o debate sobre os menores delinquentes. O assassino da adolescente, lembra o jornal, é um jovem de 17 anos que já tinha sido indiciado por agressão sexual em agosto do ano passado.
A garota atacada na época conseguiu fugir e o agressor confessou o ato. Ficou 4 meses em prisão preventiva antes de ser liberado. Segundo o jornal, a justiça fez seu trabalho de acordo com a lei. Para o Aujourd'hui en France, o drama de Agnès relança um debate delicado sobre a prevenção da reincidência criminal e aponta uma abordagem difícil: avaliar o grau de periculosidade dos delinquentes.
O Le Figaro destaca em título as medidas de urgência adotadas pelo governo para evitar novos dramas como o de Agnès. A principal delas será encaminhar a um centro educativo os menores acusados de crimes sexuais "particularmente graves" enquanto aguardam o julgamento. Outras duas propostas que serão apresentadas em um projeto de lei prevêm uma troca de informações entre a justiça e os ministérios da Saúde e da Educação e também uma melhoria no trabalho dos especialistas em crimes violentos.
Em duas páginas dedicadas ao assunto, o Le Figaro ainda apontou cinco falhas no acompanhamento do jovem de 17 anos que já havia sido detido por agressão sexual. Entre elas, a de que ele deveria morar em outro local como previa a decisão judicial. Segundo o Le Figaro, ninguém também avaliou corretamente o quanto o jovem era perigoso e, na opinião de especialistas, ele não deveria frequentar o internato onde estudava e sim ter sido encaminhado a um estabelecimento especial para menores infratores.
Já o Libération dedicou um artigo sobre a intensa mobilização da classe política diante da repercussão do caso e destacou o desejo do pai de Agnès para que o drama não fosse explorado politicamente.
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