Ministro francês chama de "atentado" incêndio de jornal que satirizou Maomé
O ministro francês do Interior, Claude Guéant, visitou hoje a sede do jornal satírico Chalie Hebdo, destruída por um incêndio criminoso nesta madrugada. Guéant condenou o incidente dizendo que se tratava de um “atentado” e afirmou que a pista sobre a participação de muçulmanos integristas “não seria negligenciada”.
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Guéant pediu aos franceses para serem solidários com um jornal que, segundo ele, “exprime em sua existência e sua maneira de ser, a liberdade da Imprensa”. O primeiro-ministro François Fillon expressou sua indignação e pediu que o caso fosse investigado. O candidato à presidência francesa pelo partido socialista, François Hollande, declarou que o fundamentalismo religioso, sob todas as formas, deveria ser denunciado.
Mohammed Moussaoui, presidente do Conselho francês do culto Muçulmano (CFCM) também condenou o incidente, mas lembrou que "fazer caricaturas do profeta", era considerado uma ofensa pelos muçulmanos.
O incêndio foi declarado por volta da uma da madrugada e foi controlado no começo da manhã de hoje. Ele foi provocado por um coquetel molotov. Ninguém ficou ferido segundo a polícia. O desenhista Charb, diretor da publicação, e o médico Patrick Pelloux, cronista, relacionaram o incidente ao número especial publicado nessa quarta-feira, dadicado à vitória do partido islâmico Ennahda na Tunísia e à promessa do presidente do CNT de que xariá será a principal fonte da legislação da Líbia.
O jornal também cortou o acesso a seu site que foi invadido por hackers às 5 horas da manhã. Segundo o diretor administrativo do Charlie Hebdo, Eric Torcheault, o ataque foi feito de um país estrangeiro. Antes das sete de meia da manhã, a página principal tinha sido substituída por uma foto da mesquita de Meca em plena peregrinação e a frase: "no god but Allah" (Nenhum outro Deus que não seja Alá).
Nesta quinta-feira o jornal Charlie Hebdo vai realizar uma reunião de pauta pública no Teatro do Rond Point, em Paris. Os 75 mil exemplares do “Charia Hebdo”, dessa quarta-feira, foram vendidos rapidamente. A redação do Charlie Hebdo aceitou o convite do jornal Libération para se instalar em seu prédio de maneira provisória.
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