Governo francês proíbe orações muçulmanas nas ruas de Paris
Responsáveis de duas mesquitas do 18o arrondissement, bairro do norte de Paris, assinaram com o Estado francês, um acordo que permite acabar com as orações dos muçulmanos nas ruas da capital. As orações de rua serão proibidas a partir dessa sexta. Os muçulmanos terão que utilizar um quartel do Corpo de Bombeiros, transformado em lugar de culto, para realizar suas reuniões.
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As orações acontecem na rua porque as duas mesquitas do bairro não têm capacidade para acolher os fiéis. Eles se reúnem no exterior dos prédios e oram nas calçadas e na rua. O quartel do corpo de bombeiros será transformado em mesquita improvisada, capaz de receber 2.700 fiéis, a partir dessa sexta-feira. Segundo o acordo, concluído na quarta-feira, o prédio dos bombeiros será alugado por 30.000 euros por ano, e poderá ser usado por três anos.
As reuniões geraram polêmica. Grupos de extrema-direita franceses se manifestaram contra o que chamaram de “islamização da França”. Marine Le Pen, presidente do partido de extrema-direita Frente Nacional, chegou a falar em dezembro do ano passado de uma “ocupação”, comparando a presença muçulmana na França à ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial.
O ministro do Interior, Claude Guéant, um dos idealizadores da proposta, está determinado a acabar com as orações de rua, que serão oficialmente proibidas a partir dessa sexta-feira.
As obras para transformar o quartel em lugar para orações ainda não terminaram e o imã de uma das duas mesquitas do bairro, Mohamed Salah Hamza, teme um “clima de anarquia”. Segundo ele, as reivindicações dos fiéis muçulmanos não foram completamente satisfeitas, o carpete não foi instalado e a sala de abluções para mulheres ainda não foi realizada.
O tempo de utilização do lugar também não agrada os responsáveis muçulmanos que gostariam que os fiéis tivessem acesso ao local todos os dias. A polícia só autoriza que eles usem o quartel durante a oração de sexta-feira e em duas datas comemorativas.
A construção de um Instituto de culturas islâmicas deve acabar em 2013. A prefeitura de Paris vai investir 23 milhões de euros na parte cultural. Até lá, todas as orações de rua ficam proibidas.
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