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Livre da acusação de abuso sexual, qual o futuro para DSK ?

A decisão da justiça americana de não abrir um processo penal contra Dominique Strauss Kahn e as incertezas sobre seu futuro político estampam as manchetes de toda a imprensa francesa desta quarta-feira. Mas será mesmo o fim? questiona em título o jornal Libération ao lembrar que o ex-chefão do FMI ainda deve responder a um processo civil nos Estados Unidos e vários outros na França como a tentativa de abuso sexual contra um jovem escritora.

A procuradoria de Nova Iorque retirou as acusações de violação ao ex diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn.
A procuradoria de Nova Iorque retirou as acusações de violação ao ex diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn. REUTERS/Brendan McDermid
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O Libération conta em detalhes o relatório que desqualifica o testemunho da suposta vítima, a camareira Nafissatou Diallo que teria mentido demais, obrigando a promotoria a pedir o arquivamento do processo por falta de provas contundentes. Nunca conheceremos a verdade e será que algum dia vamos saber o que realmente aconteceu na suíte do hotel Sofitel em Nova York no dia 14 de maio? pergunta o jornal se referindo à possibilidade de que as duas partes cheguem a um acordo financeiro em um provável processo civil.

O Les Echos entrevistou um especialista de direito nos Estados Unidos que estranhou o arquivamento do caso. Segundo o professor da Universidade de Harvard, uma denúncia de abuso sexual normalmente é investigada até o fim, especialmente quando houve o ato sexual, por isso considera que Strauss Kahn teve um tratamento especial. O jornal destaca em sua manchete a declaração de Strauss Kahn de que tem pressa de retornar à França.

O Le Figaro avisa que o retorno dele não vai ser nada fácil. Será delicado, avisa o jornal lembrando que outros casos de tentativa de abuso o aguardam. Sua família política, o Partido Socialista, está dividida entre um sentimento de alegria por sua liberação, mas, ao mesmo tempo, de despeito já que sua imagem diante da opinião pública francesa ficou muito arranhada e ninguém sabe hoje o peso político de Strauss Kahn que era apontado como favorito para vencer o presidente Sarkozy nas eleições do ano que vem.

Para La Croix, a classe política e a mídia deve aprender as lições do caso DSK. Há muitos perdedores incluindo a imagem da justiça americana, afirma o editorial do jornal católico que critica duramente o "espetáculo" que teve início com a exposição pública de um homem algemado e sua prisão até a decisão do procurador e do juiz de arquivar as acusações contra o francês. Só vai ficar a impressão de uma imensa confusão sem que a verdade seja realmente conhecida.
 

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