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Milionários franceses criticam, mas concordam em pagar mais impostos

A proposta de fazer os milionários pagarem mais impostos para ajudar os governos a enfrentar a crise ganhou as manchetes de vários jornais franceses que apoiam a iniciativa. Por outro lado, a imprensa alerta para possíveis medidas que sejam apenas eleitoreiras e não promovam a verdadeira justiça fiscal.

Manchete do jornal francês Libération: "Uma Rica Idéia, o aumento dos impostos sobre os milionários"
Manchete do jornal francês Libération: "Uma Rica Idéia, o aumento dos impostos sobre os milionários" libération
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O jornal Libération escreve que a ideia lançada no domingo pelo bilionário americano Warren Buffet, de que os mais ricos devem pagar mais impostos sobre suas fortunas, atravessou o Oceano Atlântico e ganhou adeptos na França como o presidente da Associação francesa de empresas privadas, Maurice Lévy.

O jornal se pergunta se essas ultras ricos caíram na realidade ou tomaram consciência de que o aumento da desigualdade no mundo pode acabar implodindo o atual sistema e, por consequência, suas próprias fortunas.
Em editorial, o Libé lembra que o governo Sarkozy estuda taxar os mais altos salários do país mas, em pleno início da corrida presidencial, pode fazer anúncios de fachada. Uma verdadeira justiça fiscal não pode se resumir a uma contribuição excepcional dos milionários, alerta o jornal.
O Tablóide Le Parisien entrevistou o empresário francês Geoffroy Roux de Bézieux, de 49 anos, que destina 10% de sua fortuna a obras de caridade. Ele se diz favorável ao apelo do americano Warrenf Buffet mas não acredita que aumentando os impostos dos mais ricos os governos irão resolver seus problemas com o déficit público. O jornal fez os cálculos e considera que os bilionários franceses, ao contrário dos americanos, são muito mais apegados às suas fortunas já que apenas 7% dos que têm um patrimônio equivalente a quase 2 bilhões de reais, dão dinheiro a organizações não governamentais e projetos de filantropia.
Le Figaro dedica sua manchete principal ao debate político na França em torno da proposta do presidente Sarkozy de inscrever na Constituição do país a chamada "regra de ouro", que impõe ao estado o respeito a um equilíbrio do orçamento. Para o jornal, o presidente Sarkozy coloca a oposição socialista em uma situação delicada porque os socialistas poderiam se contradizer ao rejeitar essa ideia. Por outro lado destaca que o Partido Socialista, que já se pronunciou contra a "regra de ouro", afirmando que a proposta não passa de uma manobra política de Sarkozy às vesperas da campanha eleitoral.
 

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