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Inglaterra/Tumultos

Cameron pode ter que rever plano de rigor após tumultos

O Reino Unido registrou a segunda noite consecutiva de tranquilidade, depois que o primeiro-ministro, David Cameron, decidiu levar às ruas 16 mil policiais para controlar os distúrbios urbanos que causaram uma onda de violência sem precedentes na Inglaterra. Apesar do retorno à calma, ontem à noite morreu um homem que estava em coma desde que foi agredido, na segunda-feira.

Policiais no Sul de Londres, que viveu uma noite sem distúrbios.
Policiais no Sul de Londres, que viveu uma noite sem distúrbios. REUTERS/Stefan Wermuth
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Richard Bowes não resistiu aos ferimentos na cabeça e morreu ontem. O senhor de 68 anos, foi a quinta vítima fatal dos tumultos na Inglaterra. Depois dos piores distúrbios na Grã-Bretanha em mais de 20 anos, o primeiro-ministro britânico David Cameron pode ver o seu programa de austeridade revisto, especialmente a sua proposta de cortes na Polícia.

Em reunião extraordinária com o Parlamernto britânico ontem, o primeiro-ministro conservador prometeu caçar e punir uma "minoria de criminosos oportunistas" responsáveis pelas violências. O chefe inglês também criticou o trabalho inicial das forças de ordem e afirmou não excluir recorrer ao auxílio do exército no futuro, caso seja necessário.

Certos parlamentares tentaram, em vão, convencer o primeiro-ministro a reconsiderar os projetos de redução orçamentária da polícia. Mas a prioridade do governo de Cameron é econômica, e não social. Vários líderes comunitários e sociólogos afirmam que a pobreza, o desemprego, o sentimento de exclusão entre os jovens, assim como os cortes drásticos na despesa pública, afetam principalmente os mais desfavorecidos, que estariam por trás dos distúrbios.

Ed Miliband, líder do Partido Trabalhista inglês, teve o cuidado de não estabelecer uma ligação direta entre a violência dos últimos dias e os cortes orçamentários, mas afirmou de maneira vaga que eles eram "muito ruins para a sociedade".

A onda de violências no Reino Unido começou no sábado 6 de agosto, no bairro de Tottenham, no norte de Londres, após a morte de um antilhês de 29 anos, baleado pela polícia. Mais de 1500 pessoas foram presas durante os quatro dias de tumultos.

Mas a Grã- Bretanha vive um clima de tensão social. Há 18 meses a economia inglesa sofre com uma recessão, 20% dos jovens estão desempregados e a inflação reduz o poder de compra dos consumidores, principalmente os mais modestos.

Os saqueadores justificaram os seus atos afirmando que eles atacavam o “sistema”, citando o escândalo de repasse ilegal de despesas dos deputados ingleses. A ética da polícia também está sendo questionada. Desde a demissão da diretoria da Scotland Yard, após a descoberta das escutas ilegais dos jornais do grupo de Rupert Murdoch, há suspeitas de corrupção no orgão.

Polícia de Birmingham exibe fotos em telões para encontrar suspeitos

A policia de Birmingham encontrou um novo meio para procurar suspeitos de participação nos tumultos desses últimos dias na cidade. Ela está exibindo fotos em um telão instalado em uma camionete.

Desde quinta-feira, cinqüenta fotos de suspeitos, feitas por câmeras de vigilância começaram a ser expostas das 7 da manhã às 7 da noite.

A camionete vai passar pelos principais pontos de Birmingham, a segunda principal cidade da Grã-Bretanha. Essa é a primeira vez que o sistema é utilizado, mas a polícia já recebeu mais de 500 ligações e e-mails. As fotos, já tinham sido publicadas na imprensa e no site da polícia.

 

 

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