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Familiares de vítimas do AF 447 reagem com cautela à localização de elementos do avião da Air France no litoral brasileiro

O jornal Le Parisien desta segunda-feira, 4 de abril, descreve como uma verdadeira proeza técnica a operação, no litoral do Brasil, que levou à localização de elementos do Airbus A330 da Air France, desaparecido no Oceano Atlântico quando fazia a rota Rio Paris há quase dois anos.

RFI
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O jornal explica que as turbinas do avião foram localizadas a uma profundidade de 3 mil a 4 mil metros, e os restos da carcaça do aparelho se encontram concentrados em uma área de alguns quilômetros.

Em declaração ao jornal, Jean Baptiste Audousset, presidente da Entraide e Solidarité, associação francesa de vítimas da tragédia, diz que "é preciso aguardar com prudência os resultados dessas buscas, já que o que as famílias querem saber é o que ocorreu nos momentos anteriores à queda do avião" e isso depende de uma eventual localização e leitura das caixas-pretas, se é que isso ainda será possível quase dois anos depois do acidente.

Fazendo uma crítica à demora no processo de buscas, o advogado da associação, Alain Jakubowicz, afirma ao Le Parisien que três semanas após a queda foram ouvidos sinais no fundo do mar mas foi preciso esperar um ano para elaborar um sistema de cálculos que permitiu analisar a origem desses sinais. De qualquer maneira, a perseverança do BEA, a agência francesa de investigação para a aviação civil, em encontrar a carcaça do avião não pode ser desmentida, escreve Le Parisien. O jornal diz que o mais importante agora é saber se as caixas-pretas terão resistido à enorme pressão no fundo do oceano, isso se elas forem encontradas, para ajudar os técnicos a entender como o AF 447 caiu tão depressa, sem que seus pilotos conseguissem controlar o aparelho.

Costa do Marfim

Os principais jornais franceses chegaram às bancas com manchetes sobre a guerra civil na Costa do Marfim. Em editorial de primeira página, o diário católico La Croix estima que o presidente derrotado nas presidenciais de novembro, Laurent Bgagbo, carrega uma enorme responsabilidade na sucessão de dramas que atingiram a Costa do Marfim nos últimos anos. "O desprezo de Gbagbo e de sua família pela democracia conduziram Abidjan, uma cidade que era um lugar de paz e prosperidade na África, à uma guerra civil", lamenta La Croix. Em mensagem ao presidente eleito, Alassane Ouattara, La Croix diz que ele representa uma esperança para a nação, mas nem por isso tem o direito de cometer massacres contra civis, como denunciam a ONU e organizações humanitárias. A manchete do jornal comunista L'Humanité resume a tragédia: "Sangue e caos na Costa do Marfim", também destacando que as forças de Ouattara são acusadas de crime de guerra. "A hora dos massacres", intitula Libération, enquanto Le Figaro informa que a França se prepara para evacuar seus cidadãos da Costa do Marfim.
 

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