Sem explicações, chefe da agência de notícias é expulso do Irã
O Irã expulsou do país, nesta sexta-feira, o diretor de redação da agência de notícias France Presse (AFP) em Teerã, Jay Deshmukh. Não houve uma explicação oficial para a expulsão. O jornalista e outros dez correspondentes da imprensa estrangeira tiveram suas autorizações para trabalhar no país confiscadas no dia 15 de fevereiro, um dia depois de o Irã voltar a registrar protestos significativos da oposição contra o governo de Mahmoud Ahmadinejad.
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O presidente da AFP em Paris, Emmanuel Hoog, protestou contra a expulsão junto às autoridades iranianas em Teerã e em Paris.
“A AFP é particularmente ligada a uma cobertura jornalística rigorosa e equilibrada dos acontecimentos no Irã, como em qualquer lugar do mundo”, disse Hoog, antes de defender a competência de Deshmukh no exercício das suas funções.
Indiano, Deshmukh estava na capital irania desde janeiro de 2009. O ministério francês das Relações Exteriores lamentou a expulsão. “Esta decisão lamentável das autoridades iranianas traduz uma nova deterioração das condições de trabalho dos jornalistas no Irã”, declarou Bernard Valero, porta-voz no ministério.
A imprensa é alvo de uma repressão severa no país desde a reeleição controversa do presidente Ahmadinejad, em junho de 2009. Dezenas de jornalistas já perderam o direito de atuar desde então. As eleições foram marcadas por violentas manifestações populares, que afundaram o Irã em uma das maiores crises políticas de sua história recente. Centenas de manifestantes e jornalistas foram presos, e ao menos 40 deles permanecem detidos até hoje.
Novas regras para a cobertura jornalística também foram impostas, como a proibição de os profissionais acompanharem protestos públicos.
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