Lucro das empresas francesas cotadas na Bolsa de Paris duplicou em 2010

Os jornais desta quinta-feira 10 de março dão destaque ao desempenho excepcional do índice CAC 40, que reúne os 40 maiores grupos empresariais franceses cotados na Bolsa de Valores de Paris. No ano passado, os lucros dessas empresas duplicaram, chegando a 83 bilhões de euros, algo em torno de 182 bilhões de reais.

Manchete do jornal econômico Les Echos da destaque para o desempenho excepcional do índice CAC 40 RFI

O jornal especializado em economia Les Echos constata que os lucros das maiores empresas francesas em 2010, primeiro ano do pós-crise financeira, estão quase chegando ao patamar de 2007, o ano da euforia anterior ao tombo, em que os grupos franceses lucraram 96 bilhões de euros. No ano passado, à exceção do grupo Alcatel-Lucent, todas as empresas do CAC 40 se valorizaram. Os três grupos que mais lucraram foram a companhia petrolífera Total, o banco BNB Paribas e o laboratório farmacêutico Sanofi-Aventis. Um dos grandes beneficiados pela atividade do mercado de ações foi o grupo LVHM, que fez de seu proprietário, Bernard Arnault o quarto homem mais rico do mundo.

O diário econômico comemora a saúde financeira das empresas francesas, enquanto o jornal comunista L'Humanité denuncia o deslocamento dos investimentos da produção para o mercado de ações.

L'Humanité destaca que as empresas francesas aumentaram seus lucros achatando a massa salarial dos trabalhadores, sem promover a criação de empregos. O jornal comunista cita os 59 mil postos de trabalho destruídos no mesmo período na indústria francesa, para demonstrar que as empresas cotadas em bolsa não têm reinvestido seus lucros na atividade produtiva, preferindo remunerar os acionistas em vez de apostar no crescimento econômico do país.