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Debate sobre semana de 35 horas de trabalho domina jornais franceses

Imprensa repercute a polêmica sobre as leis trabalhistas, reaberta por um deputado socialista. Pesquisa revela que 56% dos franceses são contrários ao fim do regime de 35 horas semanais de carga de trabalho, e Sarkozy afirma que não pretende mexer na lei por enquanto.

O deputado socialista Manuel Valls questionou as 35 horas e afirmou que era preciso desbloquear este regime
O deputado socialista Manuel Valls questionou as 35 horas e afirmou que era preciso desbloquear este regime Getty Images/Richard Bord
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O debate sobre a eficiência do regime de 35 horas semanais de trabalho na França é capa de três dos principais jornais do país nesta sexta-feira. Enquanto o jornal comunista L'Humanité divulga uma pesquisa segundo a qual 56% dos franceses são contrários ao fim do sistema, o conservador Le Figaro repercute a declação do presidente Nicolas Sarkozy de que "as 35 horas não existem mais". Sobre o mesmo assunto, o Libération teve uma visão diferente e acha que o presidente "acalmou a situação" ao afirmar que não pretende rever as leis trabalhistas neste momento.

O assunto voltou à tona depois que o deputado socialista Manuel Valls questionou as 35 horas e afirmou que era preciso desbloquear este regime, que no entanto é considerado uma das principais conquistas da esquerda francesa. De acordo com a pesquisa encomendada pelo Humanité, uma minoria de 44% dos franceses seria favorável a aumentar o número de horas trabalhadas.

Já entre os trabalhadores que beneficiam do regime, o índice de apoio às 35 horas é ainda superior ao da população em geral, chegando a 77%. Na avaliação do jornal, a pesquisa indica que a maioria dos franceses não acredita que o fim das 35 horas de trabalho por semana iria abrir novos empregos ou relançar a economia do país, argumentos seguidamente utilizados pela direita para descreditar o regime trabalhista.

Enquanto isso, o Figaro, ligado à direita, dá amplo destaque às declarações feitas por Sarkozy ontem durante um encontro com lideranças sindicais. Na ocasião, o presidente afirmou que "as 35 horas tiveram consequências desfavoráveis na competitividade das empresas, no poder de compra e nas finanças públicas francesas". O jornal aborda também a dificuldade que as empresas teriam para se desligar deste regime trabalhista hoje em dia. Já o Libération, de esquerda, destaca que o discurso de Sarkozy deu a entender que o assunto não faz parte das prioridades do presidente. Segundo o Libé, o momento, pouco mais de um ano antes das eleições presidenciais, é muito arriscado para se envolver em polêmicas como esta.

 

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