Jornal L'Humanité deplora turismo sexual com crianças de rua em Fortaleza
O jornal comunista L'Humanité publica nesta quarta-feira reportagem de duas páginas sobre as condições de vida nas favelas do Ceará. Em Fortaleza, educar é uma militância, afirma o título da reportagem.
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Na capital turística do Ceará, conforme costatou a reportagem de L'Humanité, as favelas se contam às centenas e diariamente acontecem dramas humanos sob a indiferença geral da população. Para melhorar essa situação, os serviços públicos se associam a ongs, explica o jornal, que lamenta o fato de nos últimos anos Fortaleza ter destrado o Rio de Janeiro em matéria de turismo sexual.
O jornal francês publica uma entrevista com Sávio Rodrigues, psicólogo da Associação Barraca da Amizade, em que ele explica a situação das crianças cearenses exploradas sexualmente, muitas vezes por turistas estrangeiros. Segundo o psicólogo, essas crianças usam o corpo como uma arma. De acordo com a experiência de Rodrigues, as crianças de rua de Fortaleza costumam ter a primeira experiência sexual aos 9 anos.
O jornal pondera que, se por um lado os meninos e meninas de rua de Fortaleza já não têm mais medo de serem mortos pelas milícias, como aconteceu da ditadura até a década de 90, o olhar de indiferença e de desconfiança da sociedade sobre essas crianças não mudou. Um dos maiores desafios das ongs é prevenir a Aids nessa população.
L'Humanité cosntata que a proteçao aos mais frágeis é um desafio diário no Ceará, assim como reconstruir os laços familiares destruídos pela pobreza, a falta de informação e a extrema erotização da sociedade brasileira.
L'Humanité conta que 11 milhões de famílias recebem o bolsa família como um estímulo para enviar as crianças às escolas.
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