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Movimento #Noustoutes protesta contra "violência sexual e sexista" em várias cidades europeias

Um ano após o lançamento do movimento #MeToo, dezenas de milhares de manifestantes, de acordo com os organizadores, responderam ao apelo de grupos dispostos a espalhar uma onda feminista e contra a "violência sexual e sexista" em várias regiões europeias, nesse sábado (24).

Manifestação #NousToutes contra violências sexuais e sexistas, na Praça da Ópera, em Paris. Sábado, 24 de novembro de 2018.
Manifestação #NousToutes contra violências sexuais e sexistas, na Praça da Ópera, em Paris. Sábado, 24 de novembro de 2018. Twitter: @nous_toutes
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Na França, as passeatas aconteceram em cerca de cinquenta cidades, incluindo Paris, onde as mulheres marcharam na direção leste da capital, longe dos confrontos ligados às manifestações dos "coletes amarelos" pelo aumento do preço dos combustíveis.

Segundo a organizadora da marcha, Caroline de Haas, 50 mil pessoas participaram das ações na França, 30 mil só em Paris. Já segundo as autoridades, a marcha reuniu 12.000 manifestantes na capital francesa, 2.400 em Lyon, 1.500 em Marselha e 950 em Rennes.

Vestidas na cor roxa, as manifestantes levavam cartazes exigindo o fim da impunidade aos agressores e meios financeiros suficientes para combater a violência contra a mulher.

"Estou aqui para apoiar todas as vítimas e continuar essa luta que começou muito antes de mim", disse a atriz francesa Muriel Robin, que reuniu mais de mil mulheres em Paris, em outubro, contra a violência doméstica.

Centenas de pessoas também marcharam em Marselha, no sul do país. "Apesar do movimento #Metoo, em Marselha ainda não falamos sobre esses tópicos, e é por isso que é muito importante estar aqui hoje", disse Manon Millet, diretora de um centro de pesquisa.

Alguns homens se juntaram ao movimento, como Tanguy, um estudante de 19 anos, morador de Rennes. "É um movimento que não tem sexo, não é uma luta de mulheres contra homens, mas uma luta de homens e de mulheres, juntos, contra as desigualdades", afirmou.

Nascido em setembro e apoiado por várias associações, o movimento chamado #NousToutes, ou nós todas em francês, pretende passar “do testemunho à ação". Um ano depois do lançamento do movimento #MeToo, o número de casos de violência sexual denunciados à polícia aumentou 23%.

Na França, um assunto de governo

O presidente francês, Emmanuel Macron, havia decretado a igualdade entre mulheres e homens como uma das grandes causas do seu quinquênio. Porém, "se não houver dinheiro, as políticas públicas não seguirão", advertiu Caroline De Haas.

Na quinta-feira (22), cinco organizações defenderam que os fundos destinados a ajudar as mulheres que são vítimas de violência doméstica deveriam ser aumentados para pelo menos € 506 milhões por ano, em comparação com os € 79 milhões de hoje.

Na França, em 2016, 123 mulheres foram mortas pelo cônjuge ou ex-companheiro, cerca de uma a cada três dias. Todos os anos, quase 220.000 mulheres sofrem violência de seus cônjuges ou ex-companheiros, de acordo com os números oficiais de 2017.

Além disso, mais de 250 mulheres são estupradas todos os dias no país e uma em cada três foi assediada ou abusada sexualmente no trabalho.

Balões simbolizam vítimas

As marchas foram organizadas em várias cidades europeias na véspera do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, em 25 de novembro.

As passeatas aconteceram em Genebra, na Suíça, em Atenas, na Grécia, e em Roma, na Itália, onde milhares de pessoas enfrentaram chuva para protestar. Lá, as manifestantes soltaram 106 balões cor-de-rosa, o número de mulheres mortas desde o início do ano no país.

 

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