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“Pensamos que fosse o Apocalipse”, dizem vítimas de enchentes no sul da França

A enchente no departamento de Aude, no sul da França, provocou 10 mortes e deixou um rastro de catástrofe em várias cidades. O presidente francês, Emmanuel Macron, já anunciou que vai comparecer ao local. As vítimas se dizem chocadas com os efeitos das fortes chuvas na região.

Cena das enchentes de Villegailhenc
Cena das enchentes de Villegailhenc ERIC CABANIS / AFP
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“Em trinta anos, nunca tínhamos visto isso!”: no monastério de Buisson Ardent de Villardonnel, onde uma freira morreu nesta segunda-feira (15), as religiosas se uniram para limpar a bagunça deixada pelo “apocalipse”. A paisagem do local impressiona, com água por toda a parte e vários móveis que foram arrastados pela corrente.

“Às três horas da manhã, fomos acordadas por um barulho forte. O teto de uma varanda tinha caído”, disse a Irmã Evangélique, que dormia no primeiro andar do prédio. Ao se levantarem, as religiosas constataram que o monastério estava completamente sob a água. “Quando descemos, tinha água até os ombros, foi uma loucura! Encontrei uma frigideira no meu escritório”

“Ficamos com muito medo por nossas irmãs do andar térreo, porque a água não parava de subir”, afirmou a Irmã Irène. O temor das freiras se justificou com a morte de uma delas, Irmã Elisabeth, de 88 anos, encontrada sem vida no dia seguinte à chuva tempestiva.

População em choque

“Todos estão chocados, porque foi muito violento”, disse o prefeito da cidade de Villegailhenc, Michel Proust. “Choveu durante a tarde de domingo e à noite. Uma quantidade enorme de água invadiu bruscamente a cidade. Há casas com 1m20 de água e muita destruição. É muito difícil, muitos bens pessoais que foram levados, e que são preciosos, não podem ser substituídos”.

“Tudo está inundado, em toda a cidade. Uma ponte caiu”, declarou Hélène Ségura, moradora de Villegailhenc. “Da minha janela, tudo que posso ver é lama em toda a parte”. Uma mulher de cerca de cinquenta anos, cuja casa foi revirada pela água, foi encontrada viva após passar “quatro horas na floresta” no meio da noite.

O porta-voz do ministério do Interior, Frédéric de Lanouvelle, afirmou que há uma “fragilidade” no sistema de vigilância do instituto de meteorologia Météo France. “Há um problema com o alerta laranja – vimos isso quando nevou na região parisiense há alguns meses –, que é utilizado o tempo todo e, quando há um risco verdadeiro, as pessoas não levam em consideração”, disse.

Lanouvelle também chamou atenção para o fato de que o “alerta vermelho”, o mais grave de todos, foi dado tarde demais. “Não acredito que seja uma incompetência da Météo France. É uma catástrofe natural muito forte. É claro que os socorros foram acionados assim que possível, mas as condições eram muito complicadas”.

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