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“Uma política voltada para as empresas não é uma política para os ricos”, afirma Macron

Emmanuel Macron fez um discurso nesta segunda-feira (9) diante dos deputados e senadores franceses reunidos em Versalhes. Boicotado por uma parte da oposição, o discurso do presidente tinha como objetivo precisar a direção política de seu governo para os próximos meses.

Emmanuel Macron frente ao Congresso no dia 9 de julho de 2018
Emmanuel Macron frente ao Congresso no dia 9 de julho de 2018 ludovic MARIN / AFP
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O chefe de Estado começou seu discurso de forma humilde, alegando cometer erros. “Eu sei que não posso sem bem-sucedido em tudo. Os medos acumulados por anos em nosso país não desaparecerão em um dia, assim como não desapareceram em um ano.

Macron também voltou a criticar a acusação de que ele trabalharia para os ricos, afirmando não gostar das “castas” e dos “privilégios”. Ele disse, no entanto, que deseja desenvolver uma política voltada para as empresas. “Isso não quer dizer que é uma política para os ricos. É uma política para toda a nação, uma política para o trabalho, uma política para os serviços públicos e para os marginalizados”, declarou.

O presidente também manifestou sua vontade de rever a Constituição para que seja permitido que ele dialogue com os parlamentares durante seus compromissos em Versalhes, no Congresso. A revisão será examinada a partir de terça-feira (10).

Cortes importantes serão anunciados

Com relação às despesas públicas, Macron prometeu um plano de cortes severo nas próximas semanas, prometendo tomar decisões “rígidas e corajosas”. Ele também elogiou o trabalho dos parlamentares durante esse primeiro ano de mandato, além de anunciar que receberia durante o mês de julho as 100 primeiras empresas francesas para fazer um apelo ao comprometimento “em termos de aprendizado e emprego em áreas desfavorecidas”.

Quanto à reforma da previdência social, o presidente negou os rumores que de ele acabaria com as pensões. “Nada mudará para os aposentados hoje. Pela primeira vez, não foi decidido fazer cortes dos aposentados, mas uma reformulação do sistema de uma aposentadoria justa, única, transparente, que substituirá progressivamente os modelos já existentes”, afirmou.

Educação, pobreza e terrorismo

Para Macron, a educação representa “o combate do século, porque está no centro das transformações econômicas e da sociedade pós-industrial atual, feita de mudanças, de rasgos, de mutações que nos obrigam a formar melhor o começo de nossa vida, e também o resto dela”.

O “plano pobreza”, prometido desde o fim de 2017, será apresentado em setembro e colocado em ação em 2019, de acordo com o chefe de Estado. “Não estamos falando apenas de uma política de redistribuição clássica, mas de uma política de investimento e de acompanhamento social. Não se trata de meros programas sociais, mas de um acompanhamento real à atividade”.

A luta contra o terrorismo, tema importante para a Europa atual, também foi abordado por Macron. “O trabalho deve ser mantido sem interrupção. É o trabalho de toda uma geração”. Ele lembrou os três atentados ocorridos durante seu primeiro ano de governo – em Marselha, Trèbes e Paris – e afirmou que a República não tem razões para atacar o Islã, nem nenhuma outra religião. No começo do próximo semestre, o Islã, segunda maior religião na França, será submetido a regras para se ajustar às leis francesas.

“A França jamais aceitará a deportação de migrantes”

Por fim, quanto aos migrantes, um dos assuntos mais delicados, Macron foi categórico: “A França jamais aceitará a deportação de migrantes pela Europa. Políticas nacionalistas de curto prazo não vão solucionar em nada a situação migratória”, declarou.

Macron também reiterou que a França deve se mostrar “fiel à sua Constituição que protege de maneira incondicional aqueles que pedem asilo e que impõe regras precisas àqueles que, por razões econômicas, deixam seu país para ir à França”.

O presidente francês também reforçou a necessidade de uma parceria com a África, de onde sai uma juventude “em desespero” que não tem direito ao asilo.

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