Em Paris, especialistas desaconselham clareamento de pênis

Depois do alongamento de pênis, agora é a vez do clareamento do membro masculino. Uma polêmica técnica desenvolvida por um clínica tailandesa provocou muita discussão entre cirurgiões plásticos do mundo todo, reunidos em um congresso nesta semana em Paris.

Aparelho reprodutivo masculino. Wikimedia commons

"Honestamente, acredito que isso não deve ser feito”, disse à AFP Fabien Boucher, cirurgião plástico francês, que participa do Congresso Imcas (International Master Course on Aging Science – “curso máster internacional da ciência do envelhecimento”, em tradução livre), que acontece na capital francesa até sábado (3).

"A maioria das substâncias usadas são agressivas (...) Isso não deveria ser realizado em pacientes que absolutamente não precisam", enfatizou o cirurgião italiano Massimiliano Brambilla.

Na Tailândia, país obcecado com a cor da pele, uma clínica reconhecida por sua experiência em serviços de branqueamento, o Lelux Hospital, propõe há vários meses intervir com suas técnicas na tonalidade dos pênis por um preço de € 520 (cerca de R$ 2.000), por cinco sessões com laser.

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"Temos cerca de cem clientes por mês, três ou quatro por dia", afirmou em janeiro à AFP Bunthita Wattanasiri, um dos responsáveis da clínica. A nova técnica foi amplamente comentada pelos meios de comunicação tailandeses depois que o centro médico divulgou imagens de um homem submetido a tal operação. O Ministério da Saúde tailandês recomendou que as pessoas não realizem essa intervenção.

Os especialistas alertam sobre alguns perigos do clareamento de pênis. Ao ser realizado com ácido ou laser, pode causar queimaduras, cicatrizes, manchas no órgão, ou o paciente pode inclusive acabar com o pênis mais escuro que de início.

Fabien Boucher destacou que até agora não foi realizado nenhum estudo sobre o uso do laser ou ácido para branquear o pênis e tampouco foi desenvolvido um produto específico para essa parte do corpo. "A pele do pênis é extremamente específica, é fina com certas particularidades hormonais", insistiu. “Além disso, a pele do pênis é naturalmente mais escura que o resto do corpo”.

Mulheres buscam mudanças na genitália

Apesar da polêmica do embranquecimento do pênis, as intervenções estéticas nas partes íntimas masculinas diminuem. As operações de alongamento do membro diminuíram 28% no mundo, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS).

Paralelamente, as preocupações femininas com as partes baixas aumentaram. Em 2016 foram realizadas no mundo mais de 95 mil labioplastias (redução dos pequenos ou grandes lábios) e mais de 50 mil vaginoplastias (rejuvenescimento vaginal), segundo ISAPS.