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França/Líbano

França tenta mediar crise do Líbano e abre suas portas para Hariri

A França enviou o chefe de sua diplomacia, Jean-Yves Le Drian, a Riad, nesta quarta-feira (15), para discutir a situação no Líbano, instável desde que o primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, pediu demissão de forma inesperada. Beirute acusa a Arábia Saudita de manter o premiê em detenção. Sem usar a palavra “exílio”, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que Paris está de portas abertas para receber o premiê.

O presidente francês, Emmanuel Macron, se reuniu esta semana em Paris com o chefe da diplomacia libanesa, Gebran Bassil.
O presidente francês, Emmanuel Macron, se reuniu esta semana em Paris com o chefe da diplomacia libanesa, Gebran Bassil. REUTERS/Francois Mori
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Hariri não retornou ao Líbano desde que anunciou, em Riad, sua demissão em 4 de novembro. Especula-se que o líder libanês possa ter sido detido pelas autoridades sauditas, mesmo se o premiê libanês afirma que está "livre" e pronto para retornar ao seu país quando quiser.

Uma semana após a visita de Macron à Arábia Saudita, Paris multiplica os esforços para obter essa possível volta de Hariri a Beirute. A última tentativa francesa foi o envio de seu chanceler a Riad. Jean-Yves Le Drian se encontrou com o príncipe herdeiro saudita Mohamed bin Salman, e também deve se reunir com o próprio Saad Hariri nesta quinta-feira (15).

O chefe de Estado francês também pediu na manhã desta quarta-feira que o premiê retorne a seu país para “confirmar” sua vontade de renunciar. No final do dia, Macron foi além, e propôs receber o primeiro-ministro em Paris. “Eu conversei com o príncipe saudita e disse que estava convidando Hariri e sua família para passar alguns dias na França”, declarou o presidente durante sua passagem por Bonn, na Alemanha, onde participou do COP23. Porém, Macron refutou a hipótese de que estaria oferecendo algum tipo de exílio para o premiê libanês.

Premiê disse que teme por sua vida

Ao anunciar sua renúncia, Hariri acusou o Hezbollah e seu aliado Irã de "controlarem" o Líbano e disse temer por sua segurança. "Senti o que se tramava nas sombras para atacar minha vida", declarou o agora ex-premiê, para quem seu país vive uma situação similar à registrada antes do assassinato de seu pai, o também ex-primeiro-ministro Rafic Hariri, em 2005. Cinco membros do Hezbollah são acusados pelo assassinato.

O Hezbollah é um aliado-chave do regime de Bashar al-Assad na guerra na vizinha Síria. O grupo também tem o apoio do xiita Irã e é o único partido libanês que não entregou as armas ao fim da Guerra Civil no Líbano (1975-1990). 

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