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François Fillon tem uma última chance, diz a imprensa francesa

Os jornais desta segunda-feira (6) se debruçam sobre a eleição presidencial francesa, cujo pontapé foi dado neste fim de semana, com comícios de vários candidatos em Paris e Lyon. Os jornais destacam também o escândalo envolvendo François Fillon, candidato da direita ao Palácio do Eliseu.

Capa dos jornais franceses Le Figaro, Libération, L'Humanité e La Croix desta segunda-feira (6).
Capa dos jornais franceses Le Figaro, Libération, L'Humanité e La Croix desta segunda-feira (6).
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A grande questão para os periódicos franceses, nesta segunda-feira, é se o candidato da direita, François Fillon, do partido Os Republicanos, conseguirá convencer os eleitores de sua idoneidade no episódio do emprego-fantasma de sua mulher Penelope, escândalo que já está sendo chamado de "Penelopegate". A esposa de François Fillon teria recebido durante anos um salário de assessora parlamentar, sem nunca ter trabalhado como tal.

Com a manchete "De costas para o muro", o jornal Le Figaro aborda a tentativa do candidato da direita republicana de limpar sua imagem, "encontrando parlamentares e se dirigindo aos franceses para renovar os laços com a população e convencer a todos de sua legitimidade", escreve o diário. "Depois de um fim de semana de conversas e consultas, ele decidiu se pronunciar hoje à imprensa e também à sua família política, durante um conselho estratégico de seu quartel-general de campanha", afirma Le Figaro. Segundo o jornal, o candidato continua a ser ameaçado sistematicamente pela ideia de um "Plano B", caso sua candidatura não decole, ideia que vem encontrando apoio mesmo dentro do seu próprio partido.

Para Le Figaro, esse "Plano B" teria nome e sobrenome, Alain Juppé, o candidato derrotado nas primárias da direita, em novembro do ano passado, e que poderia substituir François Fillon durante a campanha presidencial, "sob certas condições".

“Ofensiva midiática”

"Uma ofensiva midiática e política" seria a resposta de Fillon à sua candidatura ameaçado pelos escândalos recentes, segundo o jornal. "Para falar aos franceses, todas as possibilidades foram abordadas, de um editorial em um grande jornal a uma coletiva de imprensa, passando por um programa de televisão no horário nobre, ou uma manhã de entrevistas e conversas numa rádio, ou ainda uma grande entrevista na imprensa escrita", expõe Le Figaro.

"Como a surpresa faz parte da estratégia", escreve o jornal, "Fillon preferiu manter em segredo sua decisão sobre como responder às acusações durante todo o fim de semana". No entanto, mesmo se cerca de 60% dos franceses preferem que ele abandone a candidatura pelo partido de direita Os Republicanos, "um outro número parece ter chamado sua atenção", escreve o Figaro. "Dentro do partido, 64% dos republicanos desejam que ele fique", publica o jornal nesta segunda-feira, lembrando que François Fillon venceu as primárias da direita com uma participação recorde de franceses: quatro milhões foram às urnas na ocasião.

Para o diário econômico Les Echos, Fillon deverá empenhar todos os seus esforços nesta segunda para tentar "sair da lama". "É sua última cartada", afirmou ao Les Echos um dos chefões do partido Os Republicanos. Segundo o jornal, a militância fillonista se encontra "desmoralizada" e é hora de "reagrupar as forças dentro do partido, convencer os franceses de sua legitimidade, reparar os danos causados pelo escândalo e destruir qualquer dúvida entre suas próprias tropas". A reunião desta terça-feira (7) entre Fillon e os parlamentares dos Republicanos é decisiva, segundo Les Echos: "espera-se também que não haja novas revelações".

 

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