França instala detectores de armas e explosivos em estações
Quatro meses após um atentado frustrado em um trem Thalys, que fazia o trajeto entre Amsterdam e Paris, entraram em funcionamento nesde domingo (20) novos mecanismos de segurança nas estações Gare du Nord, na capital francesa, e de Lille, no norte do país. O sistema conta com portais com detectores de metais, armas e explosivos, como nos aeroportos.
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A partir de agora, quem embarcar nas duas estações francesas, de onde saem os trens para o norte da Europa, terá que chegar um pouco mais cedo se quiser entrar em um dos vagões da companhia Thalys (que opera rotas entre França, Alemanha, Bélgica e Holanda). Todos os passageiros terão que passar pelos portais de segurança e as malas serão vistoriadas. O procedimento visa detectar armas ou bombas nas bagagens ou em possessão dos passageiros.
Pelo menos 25 trens Thalys deixam a estação da Gare du Nord diariamente, e o sistema se inspira no que já é aplicado no Eurostar, que faz a travessia do canal da mancha entre França e Inglaterra. No entanto, as autoridades francesas esperam que o embarque seja mais rápido, pois os passageiros não terão que esvaziar seus bolsos, mostrar seus computadores ou telefones celulares. Segundo a companhia francesa de transporte ferroviário (SNCF na sigla em francês), os portais “foram programados para identificar apenas explosivos e armas”, o que evita o ritual que costuma provocar filas gigantescas nos aeroportos. Mesmo assim, os viajantes devem chegar pelo menos meia hora antes do embarque.
Sistema pode ser generalizado
O dispositivo foi instalado após o atentado frustrado de agosto, quando um homem fortemente armado foi detido dentro de um dos trens Thalys. O episódio levantou a questão da segurança no transporte ferroviário francês e europeu, onde, além da verificação das passagens, as plataformas são geralmente abertas e os viajantes embarcam nos vagões sem nenhum tipo de controle, inclusive em trajetos internacionais.
Guillaume Pepy, presidente da SNCF, declarou após a ataque em agosto que a generalização dos portais de segurança em todas estações francesas seria muito difícil, e teria um custo elevado. Mas Ségolène Royal, ministra francesa do Meio Ambiente, que também é responsável pelo assunto, gostaria que o serviço fosse implementado em todo o país, principalmente após os atentados de 13 de novembro.
Neste domingo, o executivo atenuou seu discurso e disse que nenhuma decisão sobre o assunto foi tomada, sem excluir totalmente a hipótese. “Ainda é o primeiro dia, vamos ver os resultados”, disse o presidente. Pepy também não descartou a criação de uma taxa suplementar de menos de € 1 por trajeto para financiar os gastos com segurança.
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