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Paris/Tel Aviv sur Seine

Parisienses fazem "Gaza Plage" contra o polêmico "Tel Aviv sur Seine"

Exatamente um ano depois que Israel invadiu a Faixa de Gaza, num conflito que matou mais de 2200 palestinos, a maioria civis, a prefeitura socialista de Paris homenageia Tel Aviv na Paris Plages, a praia artificial que a cidade monta a cada verão. No país que conta com a maior imigração árabe do mundo, a ideia pegou mal e os parisienses deciram responder com protestos e a criação da "Gaza Plage", entre meio-dia e 21h.

Policial francês monta guarda no Paris Plages, evento de verão parisiense que hoje homenageia a cidade de Tel Aviv, neste 13 de agosto de 2015.
Policial francês monta guarda no Paris Plages, evento de verão parisiense que hoje homenageia a cidade de Tel Aviv, neste 13 de agosto de 2015. REUTERS/Pascal Rossignol
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Pra chegar até a Paris Plages, parisienses e turistas devem passar por detectores de metais, além de apresentar bolsas e mochilas aos agentes da segurança, posicionados em cada ponto de acesso ao evento. A brigada fluvial, cachorros farejadores de explosivos e policiais à paisana, especializados em manifestações de risco, também estão no local.

Imprensa francesa

O assunto foi capa do jornal francês Libération. Na matéria, o primeiro secretário da prefeita, Bruno Juillard, admite que a administração "não esperava tamanha radicalidade nas redes sociais". Ele se refere aos 35 mil posts contra a iniciativa que inundaram o Twitter francês em poucas horas. Mas a dor de cabeça da prefeita Anne Hidalgo aumentou quando parte da base do governo aderiu à campanha contra o Tel Aviv sur Seine.

Em editorial, o Libération considera que a polêmica tem um único mérito: "fazer as pessoas pensarem coletivamente no melhor caminho para pressionar as autoridades israelenses a acabar com sua política de colonização, que é ilegal nos termos do direito internacional". O jornal se coloca contra o boicote cultural e econômico a Israel, por considerar que afetaria opositores e que o país não se restringe à política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. E defende sanções que recaíssem exclusivamente sobre a ocupação, mas que para isso faltam meios de fiscalização da origem dos produtos, além de coragem política. Para o Libé, é sobre esses pontos que se deve exercer a pressão.

Todos contra um

Depois que o Parti de Gauche, de oposição, considerou uma "indecência" que o município homenageie a capital econômica israelense no "ambiente festivo da Paris Plage", foi a vez do Partido Comunista, que é da base do governo. O PC pediu que a homenagem fosse cancelada e substituída por "uma inicativa que contribua a uma paz justa e durável entre palestinos e israelenses". Em seguida, foram os ecologistas, também da base, que classificaram a "operação" de "provocação".

A prefeita descartou completamente a possibilidade de anular o evento. Em entrevista ao jornal Le Monde, ela disse que jamais "responsabilizaria uma cidade ou uma população pela política de seu governo". Ela lembrou ainda que Tel Aviv concentra a maior parte da oposição ao governo de Benjamin Netanyahu e que um cancelamento seria "contraprodutivo".

Gaza Plage X Tel Aviv sur Seine

O Tel Aviv sur Seine faz parte da programação da Paris Plages, as praias artificiais montadas todos os verões pela prefeitura da capital às margens do rio Sena e do Canal de l'Ourcq. Essa homenagem, prevista para durar um dia inteiro, colocou barracas de comida típica, DJs israelenses e atividades para as crianças dentro da Paris Plages.

Mas como militantes pró-palestinos convocaram os parisienses à se realizarem a "Gaza Plage", um efetivo de 500 policiais e soldados também apareceu no evento. De acordo com a campanha "Boicote, Desinvestimento e Sanções", "celebrar Tel-Aviv em Paris é tentar normalizar a situação da colonização, do apartheid e da limpeza étnica que vitimiza o povo palestino".
 

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