Decapitado era patrão do suspeito do atentado em fábrica na França
A polícia francesa conhece a identidade da vítima decapitada durante o ataque terrorista da manhã desta sexta-feira (26) em uma usina de gás industrial na cidade de Saint-Quentin-Fallavier, próximo a Lyon, no sudeste da França. Ele se chama Hervé C., 50 anos, e era o patrão do suposto autor do atentado, Yassin Salhi.
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A vítima, cujo nome ainda não foi divulgado, é o gerente de uma empresa de transportes no município de Chassieu, na mesma região do ataque. O homem estava na fábrica de gás multinacional Air Products para fazer uma entrega.
A polícia francesa confirmou mais cedo que o homem foi decapitado durante o ataque. Coberta com inscrições em árabe, a cabeça da vítima foi pendurada em uma grade da fábrica.
Esse foi o primeiro caso de decapitação em um ataque terrorista na França. A prática é comum entre extremistas na Síria e no Iraque.
Atentado terrorista
Ao menos um homem invadiu a fábrica em um carro, chocando o veículo contra o reservatório de gás e provocando uma explosão. Duas pessoas ficaram feridas.
Foi o próprio presidente francês François Hollande que declarou que o ataque é de caráter terrorista. De Bruxelas, onde participou ontem e hoje da Cúpula da União Europeia sobre a dívida grega, ele pediu que os franceses não cedam ao medo e à emoção, e ressaltou que é preciso guardar a serenidade para estabelecer a verdade e os responsáveis pelos atos.
A unidade antiterror do Ministério Público francês abriu um inquérito por assassinato, tentativa de assassinato, destruição por uso de substância explosiva e formação de quadrilha em relação com organização terrorista.
Já o primeiro-ministro Manuel Valls ordenou uma "vigilância reforçada" de todas as instalações consideradas sensíveis na região. Um enorme dispositivo de policiais e bombeiros trabalhava na área do ataque.
Suposto autor
O atentado ocorreu às 10h local, 5 horas de Brasília. O suposto autor do ataque já foi identificado. Trata-se de Yassin Salhi, de 35 anos, casado e pai de três filhos.
Salhi era conhecido dos serviços secretos franceses por radicalização religiosa e tinha ligações com o movimento salafista. Ele morava em Saint-Priest, um município da região metropolitana de Lyon.
A polícia cercou a residência do suspeito, onde estava sua família. Imagens de televisão mostraram os filhos de Yassin, duas meninas e uma menino, sendo retirados da casa.
A mulher de Salhi foi detida para interrogatório e defendeu o marido. "Não é possível. Ele saiu de casa de manhã cedo para trabalhar. Não pode ser verdade".
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