Futuro de Sarkozy fica ameaçado após validação de processo de corrupção

A Justiça francesa validou nesta quinta-feira (7) as escutas telefônicas entre Nicolas Sarkozy e seu advogado Thierry Herzog, no processo em que o ex-presidente foi indiciado por corrupção, tráfico de influência e violação de sigilo profissional. As gravações são as peças-chave do caso.

Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy promete recorrer de decisão judicial REUTERS/Gonzalo Fuentes

Sarkozy é acusado de ter tentado no ano passado, com a ajuda de seu advogado, obter informações confidenciais e influenciar as decisões de um alto magistrado da Corte de Cassação, Gilbert Azibert, em outro processo em que era investigado por financiamento ilegal da campanha presidencial de 2007.

Em troca dessas informações sigilosas, o ex-presidente teria oferecido ao magistrado um posto de prestígio em Mônaco. Para investigar o eventual financiamento ilegal da campanha, Sarkozy e seu advogado foram colocados sob escuta. Cientes que seus telefones estavam grampeados, eles utilizaram outros números com nomes falsos, mas a polícia também grampeou essas linhas.

São essas escutas, agora válidas no processo, que revelaram que Sarkozy e Herzog tramaram a nomeação do magistrado em Mônaco, em troca da quebra do sigilo profissional de Azibert. A Justiça também grampeou o magistrado e gravou uma conversa entre ele e sua mulher, que condena o favorecimento proposto por Sarkozy.

Defesa

O ex-presidente se defende das acusações. Quando passou um dia em prisão temporária em julho passado para depor sobre o caso, o ex-presidente falou que a Justiça queria humilhá-lo.

A defesa de Sarkozy e Herzog informou que vai recorrer da validação das escutas, alegando que a Corte Europeia dos Direitos Humanos e outras instâncias condenam a violação de conversas entre cliente e advogado.

Atualmente presidente do partido UMP, Sarkozy pretende disputar as primárias da legenda para a eleição presidencial de 2017, mas este processo compromete seu futuro político.