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Greve/Air France

Pilotos da Air France mantêm greve nesta quarta-feira

Repetindo o mesmo cenário de terça-feira, nesta quarta-feira (17) 60% dos voos da Air France serão cancelados. Diante do impasse nas negociações, os pilotos da empresa decidiram manter a greve. Mas o movimento é alvo de críticas dos passageiros e mesmo da imprensa de esquerda que afirma que a paralisação é motivada pelo “corporativismo”.

No aeroporto de Marselha- Província, no sul da França seis de 10 voos foram cancelados.
No aeroporto de Marselha- Província, no sul da França seis de 10 voos foram cancelados. REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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Nesta quarta-feira, 60% dos voos previstos devem ser cancelados. A empresa aconselha os passageiros com viagens marcadas até o dia 22 de setembro adiem o embarque. “A Air France lamenta a situação e está fazendo o possível para limitar os inconvenientes para os seus clientes", diz trecho de comunicado oficial.

Segundo a companhia aérea, mais de 900 mil mensagens de texto foram enviadas para os passageiros para alertar sobre problemas nos voos. A Air France diz ainda que, se a greve continuar para além do dia 17 de setembro, a escala de voos deve ser alterada, o que deve provocar “atrasos”.

Além dos pilotos, os comissários de bordo também ameaçam cruzar os braços. Em carta enviada ao primeiro-ministro francês, Manuel Valls, os sindicatos da categoria afirmam que também pretendem lutar contra a ampliação da Transavia, companhia aérea low-cost que pertence à Air France. “Os comissários de bordo também são contra o projeto de desenvolvimento da Transavia e contra a criação de novas bases na Europa, sobretudo em Portugal e na Alemanha".

Medo da concorrência

A direção da companhia aérea rejeita uma das principais reivindicações dos sindicatos: a de que aviões com mais 100 lugares sejam operados por pilotos da Air France e não por pilotos com contratos com as filiais do grupo como a Hop e a própria Transavia.

Além desse ponto de atrito, os grevistas rejeitam também a estratégia da Air France é criar centros operacionais em outros países europeus onde os salários são mais baixos e os benefícios sociais menores. Mas, em editorial nesta terça-feira, o jornal Le Monde afirma que essa greve “não é justificada” e que os pilotos da companhia aérea francesa já desfrutam de uma “situação bem confortável”.

“Eles voam, em média 20% a 25% menos que seus colegas da Lufthansa e da Britsh Airways e ainda menos em relação aos pilotos da Easyjet e da Ryanair [duas companhias aéreas de baixo custo]. O salário bruto anual oscila entre € 75 mil e € 250 mil”, noticia o diário Le Monde. Em suma, escreve o jornal: “A paralisação do trabalho é uma arma que deve ser usada, especialmente no serviço público, apenas quando o diálogo já se esgotou. Essa greve prejudica os passageiros e enfraquece uma empresa que estava conseguindo reencontrar a rentabilidade”.
 

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