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França/Emprego

Premiê francês é alvo de críticas apesar de acordo com ArcelorMittal

O primeiro-ministro francês Jean-Marc Ayrault e os representantes dos sindicatos do setor siderúrgico do país se reuniram nessa quarta-feira em Paris para discutir o acordo assinado entre o governo e a multinacional ArcelorMittal na semana passada. O premiê garante que o texto salvou empregos, enquanto os sindicalistas se dizem traídos e pedem uma nova negociação.  

O líder sindical Edouard Martin logo após o encontro com o primeiro-ministro francês.
O líder sindical Edouard Martin logo após o encontro com o primeiro-ministro francês. REUTERS/Charles Platiau
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O encontro entre os principais ministros franceses e os representantes dos sindicatos do setor siderúrgico tinha como objetivo apresentar os detalhes do acordo assinado na semana passado entre o governo e a multinacional ArcelorMittal para tentar salvar empregos em uma usina ameaçada de fechamento parcial na cidade de Florange, no noroeste do país. No entanto, no final da reunião dirigida pelo primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, ambas as partes mantinham suas posições : governo afirmava ter conseguido uma vitória nas negociações com Lakshmi Mittal, patrão da siderúrgica, enquanto os sindicatos contestavam a proposta e pediam uma nova negociação.

Durante todas as dicussões os representantes dos trabalhadores apostavam em uma possível nacionalização temporária da usina, mas a solução, defendida por alguns ministros, foi descartada. O governo conseguiu apenas evitar temporariamente as demissões diretas e garantir 180 milhões de euros em investimentos da parte do grupo. Porém, segundo alguns jornais franceses, que tiveram acesso ao texto original do documento firmado entre ArcelorMittal e as autoridades francesas, boa parte desse dinheiro já deveria ser investido na empresa antes mesmo da assinatura do acordo.

Logo após o encontro o premiê deu uma entrevista a um telejornal da rede pública. Ayrault martelou no fato de que o acordo evitou cerca de 600 demissões na empresa. “Muitos franceses gostariam de obter um resultado desses”, disse o chefe do governo.

Do lado dos sindicatos a insatisfação foi geral. “Ele recusou discutir outro projeto (de acordo)”, declarou Norbert Cima, da Force Ouvrière, ao descrever o encontro com o premiê que, segundo ele, foi muito tenso. Já Edouard Martin, da CFDT, ainda acredita em novas negociações, mas afirma “estar se sentindo traído”. Ambos alegam que Ayrault não deveria ter confiado nas promessas de Lakshmi Mittal.

O premiê anunciou a criação de um comitê para acompanhar o cumprimento do acordo. O grupo contará com a participação de personalidades políticas e sindicais. “As promessas tem que ser cumpridas”, disse o chefe do governo. 

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