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França/ Economia

Sarkozy anuncia pacote de medidas para relançar economia francesa

Faltando menos de três meses para as eleições presidenciais na França, o presidente Nicolas Sarkozy decidiu  não lançar oficialmente a sua candidatura durante uma aguardada entrevista transmitida ao vivo na televisão, na noite deste domingo. Ele preferiu anunciar um último pacote de medidas econômicas para enfrentar a crise: confirmou que vai aumentar o imposto sobre produtos e serviços e aplicar uma taxa de 0,1% a transações financeiras.

Presidente francês responde a perguntas sobre economia e política em entrevista ao vivo em rede nacional de televisão.
Presidente francês responde a perguntas sobre economia e política em entrevista ao vivo em rede nacional de televisão. REUTERS/France Televisio
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A prioridade para a França, segundo Sarkozy, é aumentar o crescimento e a competitividade, diminuir a taxa de desemprego, que chegou a 9,3% no último trimestre, e evitar a transferência de empresas e indústrias francesas para outros países. "Eu defendo o 'made in France'. A questão não é comprar produtos franceses, mas fabricar na França e impedir que nossas empresas se mudem para outros países."

Como previsto, Sarkozy anunciou que, a partir de outubro, haverá um aumento de 1,6% do imposto sobre valor agregado de produtos e serviços (TVA em francês), que hoje é de 19,6% e incide sobre bens de consumo. Segundo ele, a mudança permitirá financiar isenções de encargos trabalhistas no valor de 13 bilhões de euros. Ele também confirmou que a taxa sobre as transações financeiras de 0,1% deverá ser aplicada a partir de agosto e servirá como exemplo para que outros países europeus sigam o mesmo caminho. "Queremos mostrar o exemplo e provocar um choque".

O presidente citou ainda um plano para diminuir os preços na área da habitação e outro para diminuir o desemprego entre jovens. Para o presidente francês, a crise financeira europeia começa a melhorar e os esforços dos franceses deram frutos. Ele anunciou que o déficit público deverá ser menor do que o previsto em 2011: 5,3% ou 5,4% do PIB, em vez de 5,7%.

Sobre as relações entre a França e a Alemanha, Sarkozy disse que o casal franco-alemão (ele e a chanceler Angela Merkel) continuará sendo um motor de liderança na Europa. "A reconciliação entre os dois países é um tesouro. Juntos seremos mais fortes", afirmou.

Candidatura permanece em suspense

"Há um calendário e obrigações. Eu posso dizer que o meu estado de espírito é de determinação. Enquanto chefe de Estado, estou aqui para explicar aos franceses em que pé estamos face à crise financeira", disse Sarkozy, com um tom firme e direto, diante de quatro jornalistas que insistiam em perguntar se ele iria anunciar a sua candidatura. "Meu interesse seria talvez de dizer: pronto, decidi, mas eu sou presidente da República do quinto país do mundo", esquivou-se.

Para especialistas ouvidos pela imprensa francesa, logo depois da entrevista de uma hora e dez minutos no Palácio do Eliseu transmitida em seis canais, Sarkozy apresentou uma postura de candidato ao anunciar medidas econômicas para o próximo mandato presidencial. Para economistas entrevistados pelo canal BMF TV, o líder francês quer ser visto como alguém que toma medidas corajosas e não para jamais.

O prazo para cada partido oficializar o nome do seu candidato ao pleito presidencial francês de 22 de abril é 16 de março. Enquanto isso, Sarkozy estuda suas estratégias para tentar recuperar a vantagem sobre o seu principal adversário, o socialista François Hollande, que venceria o segundo turno de 6 de maio com 60% dos votos segundo as pesquisas eleitorais.

 

 

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