Acessar o conteúdo principal
Strauss-Kahn

Strauss-Kahn alega imunidade e pede o fim do processo civil em NY

O advogado de Dominique Strauss-Kahn pediu nesta segunda-feira o arquivamento do processo civil lançado por Nafissatou Diallo em Nova York. O ex-chefe do Fundo Monetário Internacional, que já se livrou de uma ação penal por agressão sexual, alega “imunidade total” em razão de seu cargo na direção do FMI. Strauss-Kahn também participa nesta quinta-feira em Paris de uma acareação com a escritora e jornalista francesa Tristane Banon, que o acusa de tentativa de estupro.

Dominique Strauss-Kahn diz beneficiar de imunidade contra qualquer ação civil nos Estados Unidos.
Dominique Strauss-Kahn diz beneficiar de imunidade contra qualquer ação civil nos Estados Unidos. REUTERS/Lucas Jackson
Publicidade

Segundo a defesa de Strauss-Kahn, o francês beneficiava de uma imunidade graças ao cargo de diretor-gerente que ocupava no Fundo Monetário Internacional, que o protegeria de qualquer ação civil. Para seu advogado William Taylor, essa imunidade era válida mesmo após sua demissão no mês de maio, e “não apenas enquanto ele era patrão do FMI”. Taylor afirma que a proteção continuou em vigor até a saída de Strauss-Kahn dos Estados Unidos.

Os especialistas já esperavam essa medida da defesa do francês, já que os advogados tinham até o dia 26 de setembro para responder às acusações de Nafissatou Diallo. O juíz Douglas McKeon deve agora decidir se o processo continua ou se será arquivado, como a ação penal que havia sido lançada pela camareira. O caso foi abandonado em razão das dúvidas sobre a credibilidade da jovem, que teria mentido durante seus depoimentos.

Processo na França

Dominique Strauss-Kahn foi ouvido na quarta-feira pela Brigada de Repressão contra a Delinquência. Segundo seus advogados, o ex-diretor do FMI estaria ‘à disposição da Justiça.’ A escritora, de 32 anos, prestou queixa por uma suposta tentativa de estupro que teria ocorrido em um apartemento em Paris, em 2003. Na quinta-feira, em uma entrevista à rádio RTL, ela declarou que aguardava com ansiedade esse confronto. ‘Quero que ele fale, olhando nos meus olhos, que o que eu digo é obra da minha imaginação’, declarou. No sábado, durante uma manifestação em frente ao palácio de Justiça, Banon disse ter confiança que o caso será levado ao tribunal.

O ex-diretor do FMI voltou para a França no início de setembro, depois da Justiça americana ter arquivado as acusações de estupro feitas pela camareira do Sofitel em Nova York, Nafissatou Dialo. Strauss-Kahn nega a versão da escritora francesa, e reagiu prestando queixa contra ela por calúnia. Em um depoimento à polícia no dia 12 de setembro, o ex-diretor do FMI admitiu ter ‘tentado beijar a jornalista’, mas negou que tenha ocorrido qualquer tipo de violência ou agressão. Na única entrevista que deu à imprensa francesa, durante o jornal das 20h, que vai ao ar no canal TF1, Strauss-Kahn se recusou a falar do caso Banon, mas admitiu que, em relação à Diallo, cometeu uma ‘falta moral.’

A polícia judiciária parisiense ouviu cerca de 20 pessoas no inquérito Banon, e deve entregar em breve um relatório para a Promotoria, que pode decidir arquivar ou não as acusações. Na França, o crime de tentativa de agressão prescreve em três anos, e os fatos descritos, ocorreram, segundo a escritora, em 2003. A Justiça também pode decidir enviar o caso para a análise de um juiz de instrução, primeira etapa do processo. Tristane Banon já declarou que, se o inquérito for arquivado, ela prestará uma nova queixa e vai se habilitar como parte civil. Em uma situação como essa, o caso é enviado diretamente para o juiz de instrução, última etapa antes da abertura do processo.
 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.