Franceses ricos devem pagar mais impostos para conter a crise
O aumento dos impostos sobre os milionários volta à tona neste momento de grave crise econômica nos Estados Unidos e na Europa. Depois de o bilionário americano Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo, declarar que a taxa de impostos sobre os ricos é menor do que a aplicada aos pobres, agora é a vez de a polêmica tomar conta dos franceses.
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Maurice Levy, diretor do grupo de mídia Publicis e que responde pela 238ª fortuna da França, disse que “é indispensável” que os mais favorecidos contribuam mais para ajudar o país a sair da crise. Na França, a desigualdade é significativa: os mais pobres dão 45% da renda em impostos, enquanto os ricos pagam em média 35%.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, já antecipou que conta com mais contribuição dos ricos para ajudar a equilibrar o orçamento de 2012. A dúvida é de que forma vai ocorrer o aumento da taxa. Hoje, as pessoas que ganham mais de 100 mil euros por ano (228 mil reais) pagam 41% da fortuna em impostos para o governo. Em países como a Alemanha, esse índice é de 45% e no Reino Unido, ainda maior, de 50%.
O problema é que Sarkozy reluta em elevar a mordida sobre os milionários e preferiria aplicar uma taxa extra de 1% a 2% sobre o total da renda dos que recebem mais de um milhão de euros ao ano (2,28 milhões de reais). Trinta mil franceses encontram-se nesta privilegiada fatia da população.
A oposição reclama que a medida é insuficiente e só traria 300 milhões de euros a mais aos cofres públicos, enquanto que um aumento generalizado para 46% de impostos sobre os mais ricos geraria um bilhão de euros de receitas suplementares por ano.
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