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França/Islã

Debate sobre presença do islamismo na França divide o país

Depois do polêmico debate no ano passado sobre a identidade nacional, o partido do presidente Nicolas Sarkozy, UMP, promove hoje outro debate explosivo, sobre o papel do Islamismo na sociedade francesa atual, intitulado “laicidade: para viver melhor juntos”.

O debate sobre a laicidade foi organizado por Jean-François Copé, secretário-geral da UMP, partido no poder em França, a pedido do presidente Nicolas Sarkozy.
O debate sobre a laicidade foi organizado por Jean-François Copé, secretário-geral da UMP, partido no poder em França, a pedido do presidente Nicolas Sarkozy. Reuters
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O debate sobre a laicidade, isto é o princípio que separa as religiões do Estado, divide até a direita na França. Assim como a oposição de esquerda, alguns deputados do partido do presidente Nicolas Sarkozy e o próprio primeiro-ministro François Fillon denunciam uma iniciativa eleitoreira, visando reconquistar eleitores que migraram para o partido de extrema-direita Frente Nacional.

O debate é boicotado pelos muçulmanos que se sentem estigmatizados pela discussão. O ministro do Interior Claude Guéant colocou ontem mais lenha na fogueira ao justificar a necessidade do evento pelo aumento significativo e problemático do número de muçulmanos na França nos últimos 100 anos. Atualmente entre 5 e 6 milhões de muçulmanos vivem no país, cerca de 10% da população francesa. 

O partido UMP que organiza o debate "Laicidade: para viver melhor juntos" afirma que a lei de 1905 que garante a separação entre a igreja e o Estado, mas preserva o culto religioso na esfera privada, não será modificada. No final da discussão, propostas concretas serão feitas para superar situações de conflitos em piscinas mistas, hospitais públicos, cantinas escolares e nas ruas de grandes cidades no momento da oração muçulmana, ressalta o secretário-geral do UMP, Jean-François Copé.

Mulheres que se recusam a ser atendidas por médicos homens ou crianças que preferem ficar em jejum a comer as refeições propostas nas cantinas escolares são situações, por exemplo, que começam a se tornar insuportáveis e que ferem o princípio de laicidade, dizem os organizadores. Os participantes do debate devem redigir um código de laicidade e liberdade religiosa e uma proposta parlamentar que pode virar lei em 2012.

O debate que acontece na tarde desta terça-feira, horário local, em um grande hotel parisiense, vai contar com a presença de 14 ministros franceses, mas o premiê François Fillon anunciou que não vai participar. A posição do primeiro-ministro, que é muito mais popular do que Sarkozy nas pesquisas, é interpretada por muitos como uma manobra visando sua eventual candidatura às eleições presidenciais de 2012.
 

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