França recebe feridos de atentado à igreja em Bagdá
36 iraquianos feridos gravemente no ataque da rede Al Qaeda a uma catedral católica de Bagdá devem chegar a Paris na noite desta segunda-feira. O ataque realizado no dia 31 de outubro deixou 46 mortos. A igreja Nossa Senhora da Salvação era a maior igreja cristã da capital iraquiana.
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A França propôs acolher 150 cristãos iraquianos e enviou ao Iraque um avião com médicos para trazer os feridos até o Aeroporto de Orly, no sul da capital e em seguida levá-los a hospitais parisienses. O ministro das Relações Exteriores da França, Bernard Kouchner, afirmou que as ameaças da rede terrorista Al Qaeda aos católicos no Iraque representam um problema muito grave. "Muitos são obrigados a deixar seu país. Nosso objetivo não é resolver o problema e sim ajudar, pois tirar todos os cristãos do Oriente Médio não seria uma solução", disse o ministro francês. Entre as vítimas, está Siba Nadhir, de 30 anos, grávida de 4 meses. Ela disse que foi baleada nas costas quando assistia à missa na catedral.
Desde a invasão norte-americana ao Iraque, em 2003, o número de cristão no país diminuiu, passando de 450 mil a 300 mil, em razão do êxodo massivo em direção à Europa e à América do Norte. A violência continua nesta segunda-feira. À noite, 5 pessoas morream e 30 ficaram feridas num atentado em Bassora, no sul do Iraque. Mais cedo, 18 pessoas morreram e outras 58 ficaram feridas em dois atentados em Kerbala e Najaf, duas cidades xiitas também ao sul do país.
Um relatório publicado discretamente pelo exército americano no final de julho, revela que 77.000 mil iraquianos foram mortos entre janeiro de 2004 e agosto 2008 em diversas situações que se agravaram ao longo dos anos após a invasão do Iraque. Desse total, 63.185 são civis iraquianos e 13.754 são membros das forças de segurança.
Mas os números são contestáveis. O site independente Iraq Body Count calcula que, desde 2003, entre 98.252 e 107.235 pessoas morreram. Já a revista britânica « The Lancet » afirma que a guerra no Iraque já provocou 655.000 mortos.
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