Noriega diz ter sido vítima de complô dos EUA
O ex-ditador do Panamá, Manuel Noriega, que está sendo julgado em Paris, disse, nesta terça-feira, que é vítima de uma conspiração norte-americana montada contra ele em Miami. "Isso foi uma armação bancária e financeira imaginária", afirmou em sua primeira declaração diante da justiça francesa.
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O ex-ditador esteve à frente do poder no Panamá de 1981 a 1989. Na época da Guerra Fria, seu país era aliado dos norte-americanos e Noriega atuava como informante da CIA, a Agência de Inteligência Norte-Americana.
Capturado por tropas americanas que invadiram o Panamá em 1989, Noriega foi condenado nos Estados Unidos a 40 anos de prisão por tráfico de entorpecentes. Essa pena foi reduzida de 30 para 17 anos, e foi cumprida em setembro de 2007.
A França, que julgou o ex-ditador à revelia em 1999 por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas, o condenou a dez anos de prisão, pedindo sua extradição dos Estados Unidos em 2004. Ele foi finalmente extraditado para a França em 27 de abril passado e está detido, desde então, na prisão parisiense de La Santé.
Segundo investigadores, Noriega possuía uma rede de contas bancárias na França e no Brasil que serviam para suas transações ilegais. O ex-ditador afirma que o dinheiro é proveniente de uma herança deixada por seu irmão, da fortuna de sua mulher e de depósitos feitos pela CIA. O julgamento de Noriega em Paris deve continuar até esta quarta-feira.
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