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Governo da França anuncia plano de € 5 milhões para a proteção dos políticos

Violências recentes contra políticos na França levaram o governo a criar um plano para proteger os dirigentes do país. Em um encontro com prefeitos de cidades de porte médias da França, a ministra responsável pelas Comunidades Territoriais, Dominique Faure, detalhou, nesta sexta-feira (7), as principais medidas um plano de € 5 milhões (mais de R$ 26 milhões) destinados a fortalecer a proteção dos detentores de cargos públicos eleitos.

O prefeito de L'Hay-les-Roses, Vincent Jeanbrun, à direita, durante uma marcha, em 3 de julho de 2023.
O prefeito de L'Hay-les-Roses, Vincent Jeanbrun, à direita, durante uma marcha, em 3 de julho de 2023. © EMMANUEL DUNAND / AFP
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A maior parte dos recursos aportados pelo governo será destinada ao reforço e modernização de câmeras de vigilância e dispositivos de segurança instalados em frente às prefeituras ou residências de prefeitos. Apenas com essas medidas serão gastos cerca de € 3 milhões. O plano também prevê € 1 milhão para pagar despesas de apoio psicológico do qual os prefeitos agredidos e suas famílias poderão se beneficiar.

Além disso, se o representante eleito decidir apresentar uma denúncia, as custas judiciais do processo serão automaticamente pagas pelo município governado por ele. A pedido da justiça, os políticos podem, ainda, ser equipados com um sistema de alerta para ser acionado em caso de ataque.

As primeiras medidas já haviam sido anunciadas logo após o incêndio criminoso da casa do prefeito de Saint-Brevin-les-Pins (Loire-Atlantique), vítima dos protestos violentos após a morte do jovem Nahel, baleado por um policial.

Na madrugada de 1° de julho, quando a França foi marcada por grandes tumultos após a morte do adolescente de 17 anos, do dia 27 de junho, foram efetuadas 719 detenções, 45 policiais ficaram feridos, 577 carros e 74 edifícios foram incendiados em todo o país. Em um dos episódios mais graves daquela noite, a residência de um prefeito da região parisiense foi atacada.

Um carro avançou propositalmente sobre a casa do prefeito de L'Haÿ-les-Roses, nos subúrbios de Paris. A esposa dele e um de seus dois filhos pequenos ficaram feridos. Uma investigação foi aberta por tentativa de homicídio.

Na segunda-feira (3), prefeitos de toda a França se manifestaram em repúdio à atual onda de violência no país e em resposta ao ataque à casa de Vincent Jeanbrun, prefeito da cidade de L'Haÿ-les-Roses.

Para a ministra Dominique Faure, são necessários mecanismos para “encontrar os infratores com mais facilidade”. Infratores que arriscarão mais daqui para a frente, ela espera, já que uma lei será apresentada com o objetivo de punir igualmente aqueles que atacam políticos ou agentes uniformizados.

"Choque cívico"

No plano jurídico, as novas medidas visam “reforçar as relações entre as prefeituras e os procuradores de justiça”.

Porém, “todos os regulamentos do mundo não seriam nada sem um choque cívico”, destacou a ministra Dominique Faure. “O Estado pode fazer muito, mas precisamos que os 99,5% da população que não são violentos venham conosco: um cidadão que denuncie um site na internet ou um garoto de 11 anos que desrespeita o prefeito. Todos os nossos concidadãos devem compreender os nossos valores", lançou.

"É um primeiro passo interessante", avalia a associação dos Municípios da França. O presidente da instituição, Gil Avérous, pede ao governo para ir ainda mais longe. A instituição pede policiamento local, mais meios para lutar contra o narcotráfico e apoio aos pais na educação de seus filhos.

Em 2022, foram registradas 2.265 denúncias de violência verbal ou física contra políticos franceses.

(Com informações da RFI)

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