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Reforma da Previdência: França tem forte esquema de segurança para 10º dia de manifestações

Pouco mais de uma semana após a imposição da reforma da Previdência na França, o governo anunciou um "esquema de segurança sem precedentes", especialmente em Paris, por medo de violências na manifestação desta terça-feira (28). A circulação de trens, aviões e do metrô da capital deve ser bastante afetada neste décimo dia de mobilização.

Manifestantes na Praça da Concórdia, centro de Paris, depois de o governo francês ter aprovado a reforma da Previdência, sem a votação dos deputados, usando o artigo 49.3 da Constituição, em 16 de Março de 2023.
Manifestantes na Praça da Concórdia, centro de Paris, depois de o governo francês ter aprovado a reforma da Previdência, sem a votação dos deputados, usando o artigo 49.3 da Constituição, em 16 de Março de 2023. AFP - ALAIN JOCARD
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Às vésperas do décimo dia de mobilização contra a impopular reforma, que reduz a idade legal de aposentadoria de 62 para 64 anos, o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, anunciou nesta segunda-feira (27) que um "esquema de segurança sem precedentes" será mobilizado na terça-feira para o 10º dia de manifestações contra a reforma da Previdência, com "13.000 policiais, incluindo 5.500 em Paris".

Em coletiva, o ministro pediu calma "neste período de violência" e referiu-se à possível chegada a Paris, na terça-feira, de "mais de 1.000 elementos radicais, alguns deles vindos de fora da França e outros que estavam presentes nos confrontos em Sainte-Soline", neste fim de semana, no centro-oeste da França.

Em uma manifestação contra a construção de controversas reservas agrícolas de água, confrontos entre polícia e manifestantes deixaram dezenas de feridos dos dois lados. Um militante continuava em coma em estado crítico nesta segunda-feira.

Dois dias antes da mobilização, na última quinta-feira (23), houve um aumento dos confrontos à margem dos protestos contra a reforma das aposentadorias em várias cidades francesas. No total, 457 pessoas foram detidas e 441 policiais ficaram feridos.

A violência nos atos preocupou o Conselho da Europa, que denunciou um possível "uso excessivo da força" por parte da polícia nas manifestações no país.

Greve dos transportes

Depois de uma mobilização significativa no nono dia de greve nacional, na semana passada, as centrais sindicais esperam uma grande adesão nesta terça-feira. “Para aqueles que estavam se perguntando, não, este novo dia de ação não será uma última resistência. Não vamos desistir até que o texto seja retirado”, insistiram os representantes sindicais.

Assim, no transporte urbano em Paris o movimento deve ser novamente bastante seguido. Perturbações em grande parte da rede de transportes públicos estão previstas, trânsito interrompido no metrô e muito prejudicado nos trens.

Enquanto isso, a cota de popularidade do presidente francês Emmanuel Macron despenca, com 28% das opiniões positivas segundo pesquisa divulgada na segunda-feira (27). 

O chefe de Estado reafirmou diante de políticos de outros partidos e das lideranças de seu campo, reunidos em um almoço na presidência, seu desejo de resolver a situação.

“Devemos continuar tentando dialogar com as forças sindicais”, disse o presidente francês, segundo comentários relatados por um participante, reforçando os apelos ao diálogo de sua primeira-ministra Elisabeth Borne.

Macron, no entanto, quer falar com os líderes sindicais sobre as condições de trabalho — do desgaste à contratação de idosos, passando pela requalificação — sem acatar o pedido de uma das centrais, de colocar a reforma em "pausa durante seis meses".

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