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Macron promete plantar "140 milhões de árvores" e Le Pen quer governar a França "como uma mãe"

A oito dias do segundo turno da eleição presidencial francesa, os dois candidatos multiplicaram os esforços neste sábado (16) para conquistar os indecisos. O presidente Emmanuel Macron exaltou sua futura política ambiental durante um comício em Marselha, no sul da França. Já Marine Le Pen visitou uma pequena cidade do interior, onde conversou com cidadãos sobre seu projeto de proibir o véu islâmico e prometeu governar a França "como uma mãe de família".

O presidente francês, Emmanuel Macron, durante comício em Marselha, no sul da França, neste sábado (16).
O presidente francês, Emmanuel Macron, durante comício em Marselha, no sul da França, neste sábado (16). AFP - LUDOVIC MARIN
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Uma das primeiras promessas feitas por Macron durante o comício em Marselha foi a escolha de um primeiro-ministro "diretamente encarregado da planificação ecológica". A ideia já havia sido evocada no passado por Jean-Luc Mélenchon, candidato do partido da esquerda radical França Insubmissa, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, no último domingo (10), com 21,95% dos votos. 

"A política que realizarei nos próximos cinco anos será ecológica ou não será", martelou o chefe de Estado nesta que é segunda cidade mais populosa da França, onde Mélenchon obteve a maioria dos votos (31,12%). Na corrida pela preferência do eleitorado progressista, Macron prometeu que a nova arquitetura de seu governo contará também com dois ministros encarregados a lutar contra as mudanças climáticas: um focado na "transição energética" e outro na "planificação ecológica territorial". 

O principal objetivo, segundo ele, é que "a França se torne a primeira grande nação a deixar de utilizar gás, petróleo e carvão". Para isso, o líder do partido de centro direita A República em Marcha planeja investir no desenvolvimento da energia solar e eólica, na indústria do hidrogênio, contruir novas usinas nucleares e desenvolver o transporte ferroviário e fluvial. 

Para melhorar a qualidade do ar e combater as 50 mil mortes por ano devido à poluição, o presidente-candidato pretende "lançar imediatamente um imenso esforço para purificar o ar nas escolas, hospitais e todos os prédios públicos. O plantio de 140 milhões de árvores até 2030 também foi anunciado, bem como uma "Festa da Natureza", todos os anos, a cada mês de maio. 

Além das temáticas verdes - questões primordiais para o eleitorado da esquerda - Macron também evocou a "fraternidade", fazendo um apelo contra a estigmatização dos muçulmanos da França, uma forma de alfinetar a rival Marine Le Pen, que recentemente prometeu proibir o uso do véu islâmico nos espaços públicos. O presidente não poupou a líder da extrema direita de duras críticas, afirmando que "além de incompetente, ela não acredita nas mudanças climáticas".

Segundo ele, muito mais perigoso que um voto na extrema direita é a abstenção no segundo turno. Durante o discurso, Macron também sublinhou suas diferenças em relação à Marine Le Pen. "O 24 de abril será um referendo a favor ou contra a União Europeia, um referendo a favor ou contra a ecologia, um referendo a favor ou contra a nossa juventude, um referendo a favor ou contra a nossa república", declarou. 

Defesa dos "mais vulneráveis"

A líder do partido de extrema direita Reunião Nacional visitou neste sábado o município de Saint Rémy-sur-Avre, no norte da França. Ao conversar com a população, Marine Le Pen prometeu dirigir a França como "uma mãe de família" e defender "os mais vulneráveis". 

Antes de sua chegada, militantes se aglomeraram na praça da igreja da cidade a espera da candidata. O ex-professor de educação física Erik Michiels, afirma que votar em Marine Le Pen é "uma escolha de civilização". Ele se diz "chocado" ao ver mesquitas e lanchonetes de comida árabe sendo abertas na região e "cada vez mais mulheres usando o véu islâmico", um fenômeno que classifica como "ostentação". 

Questionada pela imprensa local sobre o polêmico projeto, a líder da extrema direita afirmou que esse é "um problema complexo". A candidata, que pretende levar sua proposta de proibição do acessório muçulmano à Assembleia da França caso seja eleita, acredita que "é preciso resolver o problema das mulheres que são obrigadas a cobrir a cabeça sob a pressão de radicais islâmicos". 

Marine Le Pen também criticou a realização de protestos contra a extrema direita neste sábado em várias cidades francesas, uma iniciativa "profundamente antidemocrata". "Acredito que os franceses pensam que é desagradável ver a escolha deles sendo contestada nas ruas", afirmou, durante a visita a Saint-Rémy-sur-Avre. "Tenho vontade de dizer para essas pessoas insatisfeitas: vão votar, então!", reiterou. 

Segundo a candidata, a "diabolização" de seu partido pelo "sistema" é o que motiva a mobilização. "Acredito que não haverá muita gente protestando. Já vi manifestações no passado muito maiores que essas", alfinetou Le Pen.

Uma pesquisa divulgada neste sábado pelo Instituto Ipsos Sopra/Steria, aponta que se o segundo turno fosse hoje, o presidente Emmanuel Macron venceria com 55,5% dos votos, contra 45,5% para Le Pen. Na última eleição, o chefe de Estado se elegeu com 66,1% dos votos contra 33,9% para a líder da extrema direita. 

(Com informações da AFP)

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