Acessar o conteúdo principal

França tem segundo turno de eleições regionais, marcadas por abstenção e derrota de Macron e Le Pen

Os franceses voltam às urnas neste domingo (27) para o segundo turno das eleições regionais e departamentais. A maior incerteza da votação é o índice de participação: o primeiro turno, na semana passada, teve um recorde de mais de 66% de abstenção, uma situação que favoreceu os partidos tradicionais, o Socialista e o Republicanos, que ocupam a maioria dos atuais postos.

Seção eleitoral para o segundo turno das eleições regionais e departamentais francesas, em Velizy-Villacoublay, neste domingo (26/06/2021).
Seção eleitoral para o segundo turno das eleições regionais e departamentais francesas, em Velizy-Villacoublay, neste domingo (26/06/2021). REUTERS - SARAH MEYSSONNIER
Publicidade

Ao meio-dia, quatro horas após a abertura das seções eleitorais, o comparecimento já se anunciava fraco: 12,66%, quase idêntico ao do primeiro turno no mesmo horário (12,22%), e três pontos a menos do registrado nas últimas eleições deste tipo, há três anos, conforme dados do Ministério do Interior. Cerca de 48 milhões de eleitores estão aptos a votar, para a escolha de 13 executivos regionais, além dos departamentos.

“Não ir votar é negar a democracia”, disse o eleitor Thierry, ao chegar na abertura da sua seção, no 5º distrito de Marselha. “Lamento a abstenção no primeiro turno, mas talvez os jovens estejam precisando de alternativas [para se motivar a votar]”, avaliou o homem, de 70 anos.  

Decepção para Macron e a extrema direita

Este pleito acontece a 10 meses das eleições presidenciais francesas. O mau desempenho do partido do presidente Emmanuel Macron no primeiro turno das regionais representa um alerta para 2022. A sigla EM (Em Marcha) não chegou ao segundo turno em nenhuma região que disputou, apesar de contar com vários ministros em campanha.

Da mesma forma, o partido de extrema direita Reunião Nacional, da líder Marine Le Pen, espera compensar o fracasso na primeira votação e vencer, neste domingo, na única região que tem chances de ganhar, a Provence-Cote d'Azur, no sul da França, na qual disputa contra o candidato da direita.

A vitória significaria a conquista, pela primeira vez, de uma região francesa pelo partido populista e anti-imigração. O RN obteve uma votação significativamente inferior à projetada pelos institutos de pesquisa.

“Acho difícil uma mobilização agora mexer na relação de forças estabelecida no primeiro turno, por mais que, com frequência, haja um pouco mais de participação no segundo turno do que no primeiro”, analisou Romain Pasquier, cientista político ligado ao Centro Nacional de Pesquisas Científicas.

Estas eleições haviam sido adiadas pelo contexto sanitário, mas a ameaça da Covid-19 continua a marcar a votação, com imposição de regras de precaução como distanciamento social, uso obrigatório de márcara e desinfecção das mãos.

Com informações da AFP e Reuters

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.